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CBV flerta com o novo, mas segue com os pés no passado para viabilizar Superliga na TV

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Superliga 2019/20 foi lançada nesta segunda em SP (Fotos: Gaspar Nóbrega/Inovafoto/CBV)

 

Por Vanessa Kiyan
21 de outubro de 2019

 

Mercado publicitário mais desenvolvido do mundo, os Estados Unidos já trabalham há alguns anos com um modelo de venda de direitos de transmissão que passou a ser seguido também por grandes ligas da Europa. Na NBA, NFL, NHL e MLB, nenhuma emissora norte-americana detém o monopólio da transmissão. Negocia-se um jogo por semana para cada canal de TV. Nos últimos anos, o modelo fatiado foi replicado para as redes sociais, Facebook e Twitter, e para o streaming com a Amazon.

Dentro do mercado brasileiro, a NBB (liga independente da Confederação Brasileira de Basquete) é quem melhor surfa no modelo de negócio dos norte-americanos. Os jogos da temporada 2019/20 já estão confirmados para ser transmitidos pela Band, na TV aberta, ESPN e Fox Sports, na TV fechada, além de Facebook, Twitter e DAZN na internet. São seis grandes players na cobertura da principal liga de basquete do País, com todos os pontos de contato – da TV aberta até as redes sociais – sendo contemplados.

 

 

A Superliga de vôlei, cuja festa de lançamento da edição 2019/20 aconteceu nesta segunda-feira (21), em São Paulo, começa a flertar com o novo, com proposta de trabalhar com pay-per-view e dar maior poder de fogo ao streaming, mas ainda segue com as raízes do passado. O Grupo Globo é o único detentor dos direitos de transmissão e os repassa a parceiros. Porém, como dono que é, escolhe quem ganhará o passe livre para usufruir do conteúdo. Refém da emissora carioca, a CBV pouco poder tem para levar a modalidade a parceiros mais estratégicos.

Prova disso é que a Band, que desenvolveu um público fã de esporte ao longo de sua história, perdeu a queda de braço com a TV Cultura para exibir a Superliga desta temporada. Ainda que tenha abrangência nacional, a emissora da Fundação Padre Anchieta sofre para passar do traço na medição da audiência. Também tem pouca relevância na produção de conteúdos esportivos. Com todo o respeito à TV Cultura, mas a Superliga não merecia uma emissora à sua altura?

 

Radamés Lattari (primeiro à esquerda) é diretor executivo da CBV

 

Saque Viagem esteve na festa de lançamento da Superliga e conversou sobre este tema com o diretor executivo da CBV, Radamés Lattari. Confira a entrevista abaixo:

 

Saque Viagem: Como foi viabilizado o acerto com a TV Cultura para a transmissão da Superliga?
Radamés Lattari: Os direitos de transmissão são todos do Grupo Globo. A gente queria uma parceira de TV aberta que estivesse de acordo com a Globo. A Globo cedeu os direitos de transmissão para a TV Cultura. Eles cederam também os direitos para a gente fazer o Canal Vôlei Brasil e o inédito pay-per-view. Isso vai fazer com que a gente tenha 100% da nossa Superliga coberta. Era tudo o que a gente sempre sonhou: ter uma visibilidade total das nossas partidas. A Cultura vai ter cerca de 50 transmissões aos sábados e domingos, isso já está certo, e talvez um horário durante a semana. Vamos ter cerca de 90 jogos pelo SporTV, mais 20 jogos na globoesporte.com e mais 150 do Canal Vôlei Brasil. Alguns jogos deste canal vão seguir abertos e outros vão estar em um pacote de pay-per-view.

Saque Viagem: A Band foi uma emissora que demonstrou interesse em exibir a Superliga. Por que o acerto com a TV Cultura, uma emissora menor, em vez da Band, maior e com a cultura esportiva?
Radamés Lattari: A Band veio com a proposta de transmitir os jogos da Superliga de sábado à noite, e a Globo não autorizou. Não houve um acordo. Com isso, a Globo optou por ceder os direitos da Superliga para a TV Cultura.

Saque Viagem: Este número de jogos transmitidos é a maior novidade da Superliga neste ano?
Radamés Lattari: Acredito que sim. Teremos também um aumento no equilíbrio da competição. Isso faz com que o nível técnico cresça. Nos playoffs, temos alguns projetos para a implementação do desafio e também da parte visual da Superliga.

 

Festa de lançamento da Superliga foi realizada em São Paulo

 

Saque Viagem: Na Superliga passada, a Globo não exibiu as finais da Superliga. Já existe alguma definição para a transmissão das finais desta temporada?
Radamés Lattari: Ainda não está definido. Neste ano, teremos as finais em melhor de três jogos por causa dos Jogos Olímpicos.

Saque Viagem: Na temporada passada, vocês chegaram a anunciar a TV Gazeta como parceira de transmissão da Superliga na TV aberta. O que houve que a emissora não transmitiu a competição até o fim?
Radamés Lattari: A Gazeta queria um horário aos domingos, mas não chegou a um acordo com os clubes. As atletas teriam pouco tempo de recuperação para a rodada de terça. Com isso, eles não quiseram dar prosseguimento nas transmissões.

Saque Viagem: A CBV pensa em seguir o modelo da NBB e das ligas americanas na comercialização dos direitos de transmissão?
Radamés Lattari: Não tivemos este pensamento. O nosso pensamento é o que for melhor em termos de televisionamento para o nosso pessoal.

Saque Viagem: No Campeonato Paulista, a gente viu problemas de goteiras no ginásio do Vôlei UM Itapetininga. A CBV tomou alguma providência para que isso não se repita na Superliga?
Radamés Lattari: Antes de começar a Superliga, a gente pede que todos os times revisem seus ginásios. O problema é que nem todos são proprietários de seus ginásios, muitos têm parcerias com a prefeitura, e aí dependem da prefeitura para fazer esta manutenção. Mas a gente acredita que vai ter uma Superliga mais tranquila neste ano.

 

Vanessa Kiyan é jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Tem mais de dez anos de experiência na cobertura de voleibol de quadra.

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