f

Get in on this viral marvel and start spreading that buzz! Buzzy was made for all up and coming modern publishers & magazines!

Fb. In. Tw. Be.

Garay destaca ‘sentimento de luta’ e Paulo Coco aponta velocidade do Minas

O primeiro jogo da série melhor de três da final entre Dentil/Praia Clube e Itambé/Minas será na quinta-feira (1/4), às 20h, no CDV (Centro de Desenvolvimento de Voleibol), em Saquarema (RJ)

Fernanda Garay Praia Clube Superliga 2020/21

O Praia Clube, de Fe Garay, venceu o Osasco na semifinal (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

 

Áudio completo da entrevista coletiva de Paulo Coco e Fernanda Garay

 

Na véspera da decisão da Superliga feminina 2020/21, o técnico Paulo Coco e a ponteira Fernanda Garay participaram de uma coletiva de imprensa em que comentaram sobre o confronto entre Dentil/Praia Clube e Itambé/Minas. No evento virtual, organizado pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), os dois integrantes do time de Uberlândia projetaram o duelo contra o minastenista. O primeiro jogo da série melhor de três que definirá o campeão da temporada está marcado para essa quinta-feira (1/4), às 20h, no CDV (Centro de Desenvolvimento de Voleibol), em Saquarema (RJ).

 

+ Assine a VolleyPlay e tenha acesso aos conteúdos exclusivos do vôlei

 

 

Depois da primeira partida, na quinta-feira (1/4), Minas e Praia voltam a se enfrentar pelo segundo jogo do playoff no próximo sábado (3/4), às 21h. Em caso de empate no confronto, o terceiro e decisivo está marcado para segunda-feira (5/4), também às 21h. Essa será a segunda final de Superliga entre os clubes. Na temporada 2018/19, o time minastenista foi campeão ao derrotar o de Uberlândia duas vezes. Confira abaixo alguns trechos da entrevista de Paulo Coco e Garay e, em áudio, o material completo.

 

+ Acompanhe o Saque Viagem no YoutubeInstagram e Facebook

 

Há dois anos a final da Superliga foi entre Minas e Praia. Qual a diferença de dois anos atrás para agora?

Paulo Coco: “Acho que é diferente. São duas temporadas e elencos distintos. E esse ano também foi atípico por causa da pandemia, isso em termos gerais e no cuidado com as jogadoras e a preparação, com adaptações ao longo do ano. Na época, foram dois jogos muito duros. A gente perdeu a Fernanda no primeiro jogo no final do primeiro set e ela fez falta para a gente naquele momento. Mas acho que isso faz parte do passado. É muito bacana estar em mais uma final nesses quatro anos que estou no Praia. No primeiro ano, a gente conquistou e no ano que não terminou a gente acabou a fase de classificação em primeiro. Então, foram desempenhos muito bons. E o vôlei mineiro sempre com jogos importantes. É uma rivalidade sadia que se construiu ao longo desses anos entre duas das principais equipes do Brasil”.

Garay: “Há dois anos eu lamentei muito porque fiquei de fora. Eu lembro muito bem e meu sentimento foi de que, quando o jogo começou a ficar bom, me machuquei. E foi uma lesão muito sofrida porque foi no melhor momento do campeonato. Já nesse ano, só o fato de estar aqui e poder participar e, de alguma forma contribuir com a equipe, particularmente, faz toda a diferença para mim”.

 

Tecnicamente como você vê sua equipe chegando para essa final por todas as circunstâncias que as equipes viveram devido à pandemia?

Paulo Coco: A equipe chega na sua melhor forma. Acho que a gente chega bem. Passamos por algumas dificuldades durante o campeonato, mas nos playoffs a equipe está se encaixando. A gente se adaptou bem às perdas de jogadoras e, graças a Deus, está com todo mundo bem em termos de saúde, que está em primeiro lugar. Fisicamente, acredito que as atletas chegam em suas melhores condições e a gente planejou para tentar chegar dessa maneira. O time está mais equilibrado, se conhecendo melhor e entendendo a maneira de jogar e suas características. Dependendo das jogadoras que estão na quadra existem situações diferentes e características de jogo. E a gente tem feito isso, principalmente nessa reta final. Claro que passamos por dificuldades, pois tiveram muitas equipes qualificadas que brigaram nessa Superliga que, para mim, é a mais disputada de todos os tempos, com número maior de equipes brigando em todos os estágios da classificação. A gente chega nesse momento, no qual todo mundo queria estar, buscando o tão sonhando bicampeonato para o Dentil/Praia Clube. A gente acredita muito nisso e estamos trabalhando para que isso aconteça.

 

Como será fazer uma final mineira sem a presença da torcida?

Garay: Ao longo dessa temporada a gente veio se adaptando a não contar com a torcida, não só a favor, mas também a adversária. De fato faz toda a diferença e a gente sente bastante falta, principalmente agora na fase final com jogos importantes e decisivos. É impossível não lembrar da temporada 2017/18 e daqueles jogos que fizemos que foram emocionantes. A gente sente bastante falta, mas está se adaptando e temos que ficar contentes porque estamos conseguindo realizar essa fase final de uma forma segura. E acho que isso é o mais importante. Com certeza, independente de não ter a torcida, dentro da quadra teremos muita briga, disputa e uma rivalidade natural de uma final de Superliga.

 

O adversário extremamente competente e conhecido que, além da bola de segurança com as centrais, passou a utilizar a bola acelerada também com as extremidades. Além de contar com o saque para diminuir essa precisão da Macris, que consegue acionar essa bola de velocidade até com passe B, como armar o seu bloqueio: fechado para manter ajuda das extremas nessa bola centralizada ou aberto para fazer uma marcação mais individualizada nessa situação de um jogo extremamente veloz?

Paulo Coco: O ponto que você tocou é a característica principal do Minas, adotado principalmente nessa temporada, que é a velocidade. As centrais são muito efetivas e, como você disse, não só elas, mas as extremidades também jogando com muita velocidade. E isso exige uma atenção ainda maior da nossa parte. O saque é um fundamento importante nesse contexto, pois temos que tentar fazer com que a Macris não receba essa passe na mão o tempo inteiro para minimizar a questão da velocidade das opções. A gente sabe que não é fácil porque eles possuem uma linha de passe equilibrada, mas também precisamos montar um sistema defensivo que não dependa só do saque.

 

A defesa será muito importante nesse sistema. Muitas vezes a gente não vai conseguir chegar com o bloqueio equilibrado e a defesa terá que compensar essa situação. E tentar também posicionar o bloqueio de uma forma para dificultar a principais ações deles será fundamental. Você vê que não é fácil pela quantidade de coisas que a gente falou aqui que teremos que fazer com qualidade. Mas estamos treinando e a equipe vem respondendo nesse sentido de velocidade. O Minas é uma equipe que se assemelha ao São Paulo/Barueri na velocidade, pois também jogam com uma velocidade muito grande nas extremidades. Lógico que tem suas diferenças, obviamente não existe comparação. É questão de adaptação aos movimentos que teremos que fazer na velocidade que o time do Minas exige. A atenção será muito grande e a gente precisa focar no nosso jogo e no que podemos fazer de melhor.

 

Qual principal fator e qualidade que você poderia mencionar do grupo do Praia para sair vitorioso nessa final? 

Garay: Eu destaco, certamente, a coletividade. A gente mostrou ao longo desses jogos o quanto é importante o trabalho coletivo. É claro que, em determinado jogo alguma jogadora se destaca, mas o que é indiscutível dentro de uma partida é que o trabalho é sempre feito coletivamente. Outra coisa que tenho que destacar é que, nos momentos de maior dificuldade, a gente nunca desistiu, esse sentimento de luta o tempo inteiro.

 

Como é trabalhar o lado mental das meninas, da equipe de forma geral, até porque vão enfrentar um adversário que não venceram na temporada?

Paulo Coco: Nessa temporada a gente tem um desafio muito grande. Como você disse, não conseguimos vencer a equipe do Minas ainda. A gente sabe da nossa capacidade e em alguns jogos tivemos essa possibilidade. Acho que a final da Copa Brasil foi um jogo que qualquer um dos dois poderia ter vencido. E nós tivemos a possibilidade no jogo do segundo turno, apesar da Cuttino ter se machucado no primeiro set, de ter fechado o jogo tanto no terceiro quanto no quarto set. Então, a gente sabe que tem uma equipe que pode vencer o Minas apesar de não ter acontecido, muito por méritos deles, que é uma equipe muito equilibrada, mas acredito na nossa equipe e que temos condições de vencer.

 

Já passei por essas situações em outras equipes quando, na época, a gente não tinha vencido também e, na final, conseguimos vencer. Um exemplo ocorreu na temporada 2004/05, com a decisão entre Osasco e Rio, quando o Zé Roberto era o treinador e eu era o auxiliar do Osasco. Nós tínhamos perdido todos os jogos da fase de classificação e na final a gente conseguiu vencer uma melhor de cinco em três jogos. O esporte propicia isso. Ele te dá uma nova oportunidade. Apesar de todo campeonato que o Minas fez e do provável favoritismo nessa final, nós sabemos que podemos vencer, acreditamos nisso e vamos trabalhar para que isso aconteça.

 

O histórico contra o Minas pesa e incomoda nessa final e de onde pode vir essa força, que foi vista contra Osasco e Barueri, para conseguir resolver essa parada e trazer o bicampeonato para Uberlândia?

Garay: Acredito que incomoda o fato de não termos conseguido vencer, mas, como o Paulinho disse anteriormente, a gente esteve muito próximo disso e é nisso que a gente precisa acreditar. Todas as vezes que a gente entrou em quadra a gente entrou para ganhar. Agora é uma final e todos os momentos bons e difíceis de alguma forma agregaram e nos fizeram chegar até aqui mais fortalecidos. Nesses desafios (contra São Paulo/Barueri e Osasco) a gente conseguiu se fortalecer ainda mais e mostrar a nossa força coletiva. E é dessa forma que acredito que a gente encara essa final. Não ganhamos, mas a gente sabe que pode ganhar e tem que acreditar nisso do início ao fim. São três possibilidades e a gente acredita que pode conseguir.

Paulo Coco: Nenhuma glória passada te garante nada no futuro, portanto, o que aconteceu ficou para trás. A gente tirou os aprendizados necessários dos acontecimentos, de todas as derrotas que tivemos. A gente tira também aprendizados mesmo vencendo, coisas que a gente não fez bem e que tem que melhorar. E a gente busca um caminho e chegamos onde a gente deveria estar e o que passou fez parte da construção desse trabalho para chegar nesse momento e ter condições de brigar pelo título. Então acredito nisso. O envolvimento de todos do projeto do Dentil/Praia Clube nos dá a possibilidade de acreditar que esse título pode voltar para Uberlândia. E vamos lutar por isso com todas as nossas forças. Essa é a nossa mentalidade nesse momento.

 

No nosso programa “Mais Vôlei, Por Favor”, o comentarista Cacá Bizzocchi disse que o Sesi Bauru mostrou como jogar com o Minas, no caso, além do saque forçado, utilizar bastante as centrais para prender Thaisa e Carol Gattaz com elas, dificultando o deslocamento delas às extremidades. O jogo do Minas com o Sesi Bauru pode ter acrescentado algo aos estudos que vocês já tinham? 

Paulo Coco: A gente precisa aprender e tirar essas lições para trazer para cá. Brincadeiras a parte, acho que tudo é um aprendizado. São caminhos. A gente chega nesse momento e as equipes se conhecem muito, se estudam, e os detalhes são muito significativos. A gente já falou um pouco da importância do fundamento saque e do sistema defensivo para neutralizar a força deles. E, obviamente, o equilíbrio do sistema ofensivo, pois é o que você citou do Cacá, é preciso ter um passe equilibrado para as centrais prenderem as situações. O Minas não é uma equipe só de ataque. Eles possuem um bloqueio e sistema defensivo muito fortes. É uma situação obviamente muito importante termos as nossas centrais no jogo para abrir espaço para as ponteiras. E o voleibol é muito isso. A procura dessas espaços, abrir e fechar em função do que está do outro lado. E é a qualidade dos fundamentos que te possibilita executar essas situações táticas com eficiência. Essa é a briga de xadrez do voleibol. Não tenha dúvidas que o Sesi Bauru fez coisas interessantes contra o Minas. Temos que fortalecer os nossos pontos fortes. A gente sabe que em uma final o algo a mais faz parte do contexto. O jogo coletivo será preponderante, principalmente para quem conseguir executar seu plano tático da maneira mais eficiente.

 

Fe Garay você tem uma carreira consistente em alto nível e a cada ano agregando valores em todos os fundamentos e em liderança. Qual segrego para se manter em alto nível esse tempo todo?

Garay: Não tem muito segredo não. Na verdade é tentativa e erro. Isso acontece bastante no esporte e a gente não sabe qual é o resultado final. A gente sempre trabalha acreditando que no final vai dar certo. No início dessa temporada eu passei a fazer um trabalho diferente. O fato de estar em casa na quarentena me permitiu fazer algo diferente. Nós atletas temos uma memória daquilo que funcionou e nos apegamos muito a isso acreditando que sempre vai dar certo. Mas eu tenho aprendido que, ao longo dos anos, a adaptação e trazer coisas novas para o meu trabalho físico é essencial e foi o que me propus a fazer nessa temporada e fisicamente acredito que deu muito resultado.

 

Sinto que na quadra eu consegui agregar em muitas coisas. Vou fazer 35 anos e meu condicionamento físico é essencial. Talvez seja a coisa mais importante para eu ter condições de jogar no nível que é exigido. Com relação a liderança, eu acredito que não mudei muito. A minha vontade de ganhar e de fazer meu melhor dentro da quadra se mantém. Talvez tenha agregado mais maturidade e coisas relacionadas ao meu preparo mental. Porém, o desejo pela vitória e de contagiar a equipe dentro de quadra sempre foi um dos meus objetivos.

 

GOLDEN SET #12 – PRAIA X OSASCO E SESI BAURU X MINAS

 

QUARTO EPISÓDIO DO PODCAST #NAGRINGA COM SHEILLA CASTRO

Rafael Zito é jornalista formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pela FMU. Acumula passagens pelas redações do Olimpíada Todo Dia, Terra, Federação Paulista de Futebol e, há mais de dez anos, cobre voleibol de quadra.

You don't have permission to register