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Gord Perrin sobre Sada Cruzeiro: “Posso contribuir em todos os fundamentos”

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Novo contratado do Sada Cruzeiro, Perrin foi bronze com o Canadá na Liga Mundial de 2017 (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Por Sidrônio Henrique
15 de maio de 2019

 

Não foi somente agora que o ponta canadense John Gordon Perrin começou a pensar no Sada Cruzeiro. Há três anos, pouco antes da Olimpíada do Rio, ele comentava sobre a empolgação do então colega de seleção Fred Winters, que havia feito parte da equipe por duas temporadas como terceiro ponteiro. Perrin dizia que a Superliga era bastante competitiva e que queria jogar no time que colecionava títulos.

Chegou a vez dele. Em outubro deste ano, Gord Perrin virá para uma temporada no clube mais vencedor da história do voleibol brasileiro – hoje acumula seis Superligas, seis Sul-Americanos e três Campeonatos Mundiais. Tem a missão não declarada de repor o americano Taylor Sander, que irá para a Rússia, justamente de onde veio Perrin – estava no Belogorie Belgorod, enquanto o americano vai para o Dínamo Moscou.

“Posso contribuir em todos os fundamentos, estarei pronto para defender o Sada Cruzeiro”, afirma o canadense de 2,01m, que completa 30 anos em agosto, em entrevista ao Saque Viagem. Entre as esperadas juras de dedicação, elogios à futura comissão técnica e aos colegas, além do providencial afago nos fãs brasileiros, esse canadense, que quando moleque só queria saber de basquete, avisa: “Cheguei a um ponto em que digo que não tenho lacunas no meu jogo. Tenho muito orgulho em ser um jogador completo, capaz de fazer tudo e ajudar a equipe, mesmo quando essa contribuição não aparece nas estatísticas.”

De fato, vai longe o tempo em que um Perrin ainda juvenil, no final da década passada, era lapidado no centro de treinamento da seleção canadense. À época, lhe faltava potência. Se não tem a mesma contundência de Sander no ataque nem a variedade de golpes, é inegável que se desenvolveu muito, tanto técnica quanto fisicamente, já tendo sido elogiado por técnicos adversários do porte de Bernardinho, do americano John Speraw e do italiano Gianlorenzo Blengini.

 

Perrin já foi elogiado por Bernardinho, Speraw e Blengini (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Parte da sua evolução, ele atribui ao francês Stephane Antiga, campeão mundial com a Polônia em 2014 e que dirigiu a seleção do Canadá nas duas últimas temporadas, levando-a a um inédito bronze na Liga Mundial de 2017 – um feito marcante, ainda que a derradeira edição do torneio tenha sido recheada por seleções B, na maioria dos casos. Foi Antiga, amigo de Marcelo Mendez, técnico do Sada Cruzeiro, quem recomendou Perrin para o clube brasileiro.

“Todas as grandes equipes, como o Sada Cruzeiro, miram sempre muito alto. Vou encarar os desafios que tivermos e espero ganhar”, diz o capitão da seleção do Canadá. Ciente de que o futuro time teve uma temporada abaixo da expectativa no período 2018/19, o atacante garante que está preparado para lidar com a pressão. “Esse é um dos clubes mais respeitados do mundo, cuja história fala por si. Espero que os torcedores e a equipe fiquem orgulhosos de mim.”

 

 

Confira a entrevista que o ponta canadense concedeu ao site:

 

Saque Viagem – Quais os principais motivos que fizeram você aceitar a oferta do Sada Cruzeiro? O que você sabe sobre o clube?
Gord Perrin – Eu sempre acompanhei a liga brasileira, pois é uma das melhores do mundo. Já pensava em ir para a Superliga. Este ano, meu foco principal é jogar entre os melhores e também contra grandes adversários, creio que é a melhor forma de crescer até os Jogos Olímpicos de Tóquio. Trabalhar com uma comissão técnica e jogadores de alto nível, como são os profissionais do Sada Cruzeiro, é uma prioridade. Esse é um dos clubes mais respeitados do mundo, cuja história fala por si. Espero que os torcedores e a equipe fiquem orgulhosos de mim na próxima temporada.

 

Saque Viagem – Seu ex-colega de seleção Fred Winters teve alguma influência na sua decisão?
Gord Perrin – Sabe que eu não falei com o Fred antes de assinar com o Sada… Eu recebi a proposta um mês antes de dizer sim, tive bastante tempo para refletir. Depois de assinar, aí conversei com ele sobre a cidade de Belo Horizonte (MG) e também pedi umas dicas sobre como é viver no Brasil. Antes de me apresentar ao clube, depois da temporada de seleções, vou conversar novamente com o Fred, pedir mais informações.

 

Com duas temporadas no Sada, Fred Winters compartilhou dicas sobre o País com Perrin (Foto: Renato Araújo/Divulgação)

 

Saque Viagem – Você conversou com o técnico Marcelo Mendez? O que ele espera de você?
Gord Perrin – Ainda não tive chance de conversar com o meu futuro técnico. Eu estava com o Belogorie Belgorod, não tive tempo. Mas falei com o meu antigo treinador na seleção, Stephane Antiga, que é muito próximo do Mendez. Ele o elogiou muito. Eu sei, como estrangeiro na equipe, que serei bastante cobrado, mas estou acostumado a isso na minha carreira. Sei que posso contribuir em todos os fundamentos, estarei pronto para defender o Sada Cruzeiro.

 

Saque Viagem – Na temporada 2018/2019, o Sada Cruzeiro teve o seu pior período nesta década, sem chegar à final da Superliga pela primeira vez e sem sequer passar da fase de grupos no Mundial de Clubes. Você teme a pressão por resultados que virá da diretoria e dos fãs, tão acostumados a vencer?
Gord Perrin – Todos os grandes jogadores do mundo têm que lidar com a pressão e eu não sou diferente. A pressão nos segue sempre que entramos em quadra, não há como fugir disso, seja no clube, seja na seleção. Todas as grandes equipes, como o Sada Cruzeiro, miram sempre muito alto. Espero ter um relacionamento muito bom com o time, para juntos irmos atrás dos nossos objetivos. Vou encarar os desafios que tivermos e espero ganhar.

 

Saque Viagem – Antes da Olimpíada do Rio, você dizia que esperava melhorar seu saque e sua defesa. Três anos depois, que avaliação faz de si mesmo?
Gord Perrin – O voleibol é um esporte bastante exigente e reduzir suas fraquezas ao máximo é uma vantagem para qualquer jogador. Ao longo da minha carreira, tenho procurado fazer o melhor possível para dominar cada fundamento e cheguei a um ponto em que digo que não tenho lacunas no meu jogo. Tenho muito orgulho em ser um jogador completo, capaz de fazer tudo e ajudar a equipe, mesmo quando essa contribuição não aparece nas estatísticas.

 

Saque Viagem – Você jogou em duas oportunidades no Brasil: na Olimpíada do Rio, em 2016, e nas finais da Liga Mundial, em 2017. Que lembranças você tem do País e dos fãs?
Gord Perrin – Cara, eu gostei muito de jogar no Brasil. Curti demais as duas ocasiões. Os fãs brasileiros são muito apaixonados e eu notei que, não apenas no vôlei, mas na vida vocês têm uma atitude muito positiva, o que eu admiro. Em ambos os torneios, quando não enfrentávamos o Brasil, os fãs pareciam abraçar a equipe canadense, o que foi bastante divertido. Imagina viver essa atmosfera uma temporada inteira… Estou animado para jogar na Superliga.

 

O novo reforço do time celeste já jogou no Brasil com a seleção do Canadá (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Saque Viagem – O Canadá enfrentará a Argentina, a Finlândia e a China no Pré-olímpico, no início de agosto, valendo uma vaga. Quais são as chances de vocês se classificarem direto para Tóquio-2020 sem ter que esperar pelo qualificatório da Norceca (Confederação da América do Norte, Central e do Caribe)? Como você vê os adversários no Pré-olímpico? Há um cuidado especial com os argentinos, que têm vencido os canadenses na maioria dos confrontos recentes?
Gord Perrin – A Argentina será sem dúvida o nosso adversário mais difícil. Eles são muito habilidosos na defesa e jogam ofensivamente em velocidade, constroem muito bem seus ataques e contra-ataques. Aprimorar a relação entre o nosso saque e o bloqueio será fundamental para enfrentá-los, neutralizando suas duas maiores armas, que são os levantadores (Luciano) De Cecco e (Nicolás) Uriarte. Eles têm dois armadores excepcionais, isso é uma grande vantagem.

 

 

A China está com um time alto, evoluiu no bloqueio e vai jogar em casa no Pré-olímpico. Os centrais são bons. Além disso, eles têm um oposto muito forte. Mas o passe deles é frágil. Se soubermos explorar isso, vamos nos sair bem diante dos chineses.

Ainda estou em dúvida sobre como será a seleção da Finlândia nesta temporada, pois estão renovando a equipe. Já joguei contra os finlandeses muitas vezes e algumas partidas foram duríssimas. No Mundial de 2018, eles tinham um time muito jovem, então eu não sei o que esperar até ver a lista dos jogadores que irão ao Pré-olímpico, mas a Finlândia joga solta e é sempre um adversário perigoso.

 

Saque Viagem – O que falta para a seleção canadense ser mais consistente e jogar no mesmo nível das grandes potências?
Gord Perrin – O treinador Stephane Antiga foi muito importante para evoluirmos como equipe. Aprendemos muito com ele em relação à defesa e também como trabalhar melhor no contra-ataque. Somos um time sólido na relação bloqueio-defesa, nesse aspecto somos realmente fortes. Temos o desafio de ter regularidade no saque, para facilitar a vida do nosso bloqueio. Nossos opostos ainda são jovens (Sharone Vernon-Evans, 20 anos, e Ryan Sclater, 25), mas terão um papel essencial para buscarmos a vaga em Tóquio-2020. No geral, precisamos de mais experiência. Esta temporada que começa é crucial para darmos mais um salto, aumentando nosso nível.

 

Stephane Antiga (direita) indicou Perrin ao amigo Marcelo Mendez (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Histórico
Gord Perrin começou sua carreira profissional em 2011, na liga turca, onde jogou por quatro temporadas pelo Arkas Izmir (atualmente Arkas Spor Kulubu). Jogou um ano na Itália (Piacenza), outro na Polônia (Asseco Resovia), um na China (Beijing) e, no período 2018/19, defendeu o Belogorie Belgorod, da Rússia. Pelo Arkas, venceu a liga turca em 2012/13 e 2014/15. Com o Belogorie, foi campeão da Challenge Cup, que é o terceiro escalão dos torneios continentais de clubes na Europa.

Entrou para a seleção juvenil do Canadá em 2008 e também treinava com o time adulto. Em 2010, o técnico Glenn Hoag (2006-2016 e que volta esta temporada) o levou para o Campeonato Mundial, onde fez sua estreia na equipe principal em partidas oficiais. Sua maior conquista com a seleção foi o bronze na Liga Mundial de 2017, em Curitiba (PR). Integrou o time que disputou a Rio-2016 – caíram nas quartas de final diante da Rússia.

Perrin preferia o basquete na adolescência, mas começou a praticar voleibol ainda no ensino médio. Continuou na universidade e decidiu que seguiria carreira quando foi chamado para a seleção juvenil.

Sua irmã Alicia é central, completa 27 anos em junho e também joga na seleção canadense. Ela começou a praticar vôlei por influência do irmão. Ninguém da família era ligado a essa modalidade antes deles.

 

Quando adolescente, Perrin preferia o basquete ao voleibol (Foto: Reprodução/Instagram)

 

 

 

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