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Laurent Tillie: “Tenho medo de não conseguirmos a vaga olímpica”

laurent tillie

França, de Tillie, enfrenta Polônia, Eslovênia e Tunísia no Pré-Olímpico (Fotos: Divulgação/FIVB)

 

Por Sidrônio Henrique
8 de agosto de 2019

 

Laurent Tillie é conhecido no mundo do vôlei pela sua transparência. Às vésperas de disputar a classificação para Tóquio-2020, o técnico da seleção masculina da França expõe suas preocupações e seu maior temor. “Tenho medo de não conseguirmos a vaga olímpica”, afirmou ao Saque Viagem em uma entrevista exclusiva.

A partir desta sexta-feira (9) até domingo (11), os franceses enfrentarão em Gdansk, na Polônia, os anfitriões, vencedores dos dois últimos Campeonatos Mundiais, e ainda a bem estruturada Eslovênia, além da Tunísia.

“A realização pessoal dos atletas é o ponto principal, mas a presença nos Jogos Olímpicos representa muito do ponto de vista econômico para eles. A Olimpíada é uma vitrine e os valoriza. Tem mais: a ausência em Tóquio seria ruim não apenas para os jogadores e a comissão técnica, além dos fãs, mas para os nossos patrocinadores, que vêm nos apoiando todos esses anos. Isso significaria também a redução no repasse de verbas estatais. Enfim, não estar lá seria péssimo para o voleibol francês”, observou Tillie.

Os times europeus não classificados neste fim de semana terão uma segunda e última oportunidade em janeiro, no Pré-Olímpico continental. O torneio, com uma vaga em disputa, terá a participação de oito equipes definidas pelo ranqueamento.

 

Segundo o treinador, “seria péssimo para o voleibol francês” não estar na Olimpíada

 

MODÉSTIA
Ao avaliar as chances de sua seleção em Gdansk, o treinador foi estrategicamente modesto. “Temos alguma chance, mas é pequena”, disse, jogando o favoritismo para os donos da casa. “A Polônia já era forte sem o (Wilfredo) Leon, imagine agora.”

Na aguardada briga entre franceses e poloneses, ele fez questão de ressaltar a Eslovênia. Nas duas edições mais recentes do Campeonato Europeu, em 2015 e 2017, os eslovenos foram vice-campeões e quadrifinalistas, respectivamente. A França os derrotou na final há quatro anos e, desde então, não os enfrentou mais. Tillie pediu cautela. “A Eslovênia é um time perigoso, vamos estrear contra eles e temos que ter bastante cuidado.” Um detalhe importante: foram os eslovenos que eliminaram os poloneses nas duas últimas edições do Europeu, a mais recente na casa do adversário, em Cracóvia, diante de um ginásio lotado.

 

 

A Polônia conta com Wilfredo Leon e Michal Kubiak na entrada de rede, mas o oposto Bartosz Kurek, MVP do Mundial 2018, não vai jogar. Ele ainda se recupera de uma lesão na região lombar e permanece como dúvida até mesmo para o Campeonato Europeu, em setembro.

A França está completa para lutar pela vaga olímpica, com a volta do ponta Earvin N’gapeth, que não participou da Liga das Nações. “O Pré-Olímpico é um torneio muito difícil, apesar de curto. É mentalmente desgastante. Eu quis dar o máximo de descanso aos meus atletas, pois precisavam chegar inteiros”, comentou Laurent Tillie.

 

Ngapeth (9) é o grande reforço da França para a busca da vaga para Tóquio-2020

 

RECLAMAÇÃO
A tabela do Pré-Olímpico é motivo de irritação para ele, que classificou a programação como “antiesportiva” e questionou se a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) não poderia ter feito algo a respeito. “A Polônia estreia na sexta-feira, às 17h (horário local). Nós jogamos às 20h30. No dia seguinte, nós enfrentamos os poloneses às 15h, temos pouco tempo de descanso. Isso é justo?”, questionou o técnico francês. Ele utilizou como exemplo a programação das demais chaves, com horários que considera equilibrados. “Por que a FIVB não protegeu as equipes de problemas como esse? Por que as tabelas não seguem um padrão, garantindo a todos a mesma chance?”, completou Tillie, que comanda a seleção desde 2013.

 

PRESSÃO
Embora tenha um voleibol vistoso, com atletas de grande talento, a França de Tillie tem ficado devendo nos Jogos Olímpicos e no Campeonato Mundial, os torneios mais importantes da modalidade. Em 2015, foi campeã da Liga Mundial e do Europeu. Dois anos depois, repetiu o título da Liga Mundial. O mesmo sucesso não foi alcançado nas principais competições. Em 2014, no Campeonato Mundial, ainda em ascensão, a França acabou em um honroso quarto lugar, embora fosse favorita na disputa do bronze contra a Alemanha. Na Rio-2016, na condição de favorita, foi eliminada na primeira fase. No Mundial 2018, caiu na segunda etapa.

Questionado se o time tem fraquejado por causa da pressão nos grandes torneios e por quê, o treinador francês foi objetivo: “Sim, significa que não estávamos preparados para vencer. Saber lidar com essa pressão é essencial para ser uma equipe vencedora. Sem dúvida é um problema que devemos resolver.”

Em Campeonatos Mundiais, o melhor resultado francês é o bronze de 2002. Em Olimpíadas, o modesto oitavo lugar em Seul-1988, quando Laurent Tillie, então ponteiro, jogava. Ele também esteve em Barcelona-1992, a França ficou na 11ª colocação.

 

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