Weber comenta sobre as escolas de vôlei e o duelo argentino com Dileo
Javier Weber assumiu o Taubaté na temporada 2020/21 (William Lucas/Inovafoto/CBV)
Por: Rafael Zito
Oito equipes avançaram da fase de classificação para as quartas de final da Superliga masculina 2020/21. Dentre elas, as três primeiras treinadas por técnicos argentinos. O Sada Cruzeiro, de Marcelo Mendez, liderou a etapa inicial com 60 pontos, seguido por EMS Taubaté Funvic, de Javier Weber, segundo, com 58, e Vôlei Renata, de Horácio Dileo, terceiro, com 51. O ex-comandante do clube celeste é o atual selecionador da seleção argentina, tendo o responsável pela equipe de Campinas como seu assistente técnico. Já o taubateano dirigiu a Argentina de 2008 até 2013.
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Em entrevista ao Saque Viagem, concedida antes do início dos playoffs da Superliga, o treinador comentou sobre o fato dos três primeiros colocados serem treinados por argentinos e as diferenças entre eles. “Eu, Horácio e Marcelo somos amigos fora da quadra também. Nós temos estilos parecidos, sobretudo eu e o Marcelo, que acreditamos muito no saque e ataque, mas com sistemas de bloqueio e defesa completamente diferentes. São sistemas bem definidos, mas distintos. Já o Horácio, no meu ponto de vista, joga mais como qualquer time argentino, valorizando muito a bola”, afirmou Weber.
“O Horácio joga aproveitando ao máximo das possibilidades, explorando a parte positiva de sua equipe e os erros do adversário. Ele valoriza muito isso. E é interessante porque esses confrontos entre os três marca estilos diferentes. Acredito que pensamos e somos parecidos em algumas situações, mas cada time tem uma situação pontual particular”, completou o treinador do Taubaté, que está em vantagem na semifinal da Superliga. Na quarta-feira (7), Javier Weber e seus comandados ganharam do Vôlei Renata, de Horácio Dileo, por 3 sets a 1, parciais de 25/23, 25/17, 21/25 e 25/17.
Weber elogia escola brasileira de vôlei
Com 55 anos, Javier Weber já trabalhou como treinador em quatro países. Na Argentina, o técnico dirigiu o tradicional Bolívar, por mais de uma década. Ele também teve passagens pela Grécia, no Panathinaikos (2005/06), Rússia, no Dynamo Krasnodar (2013/14) e Brasil, local onde iniciou sua carreira na Unisul/Cimed (2002/03 e 2004/05), época em que conquistou o bicampeonato da Superliga. O argentino regressou ao vôlei brasileiro pouco mais de 15 anos depois e assumiu Taubaté em 2020/21. Ele comentou sobre as escolas de voleibol e elogiou a brasileira.
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“Acredito muito nas escolas e poucos países possuem uma, inclusive, a Argentina não tem. A Argentina é uma mistura de várias, como a italiana, pois muitos jogadores atuaram lá, a brasileira, também porque vários atletas e técnicos trabalharam no país, a chinesa e a coreana, já que tivemos o técnico Young Wan Sohn por muito tempo e teve essa cultura também. Mas hoje, se tiver que citar as escolas mais importantes do mundo, a brasileira é uma delas. O Brasil tem uma escola de voleibol. Eu me lembro que, quando eu jogava e via os times brasileiros, parecia que todo mundo atacava igual”, disse.
“Era o mesmo movimento de braço e velocidade de pernas. A escola brasileira é bem definida, sobretudo nos fundamentos como ataque e saque. Além do Brasil, tem também as escolas russa e americana. A americana, inclusive, mudou o vôlei mundial em 1984, quando passou a jogar com dois passadores, dois centrais, um oposto e um levantador. Até hoje se joga assim e antes não se jogava desse jeito”, finalizou Javier Weber. Dos três técnicos argentinos só dois seguem na disputa da Superliga, já que Marcelo Mendez foi eliminado com o Sada Cruzeiro nas quartas de final pelo Vôlei UM Itapetininga.
GOLDEN SET #17 – TAUBATÉ X VÔLEI RENATA E MINAS X ITAPETININGA