Paulão: Dos cinco cruzeiros e o lanche até o sonho em Barcelona

Campeão olímpico de 1992 quase parou com o vôlei duas semanas depois de começar a jogar

6 de julho de 2021

Professor João Batista foi importantíssimo no começo da trajetória do ex-atleta (Divulgação)

30km de distância. Isso era o que Paulão precisava viajar para ir e voltar dos treinos no começo de sua carreira no vôlei, ainda nos times de base no Rio Grande do Sul. Integrante da primeira seleção brasileira campeã olímpica, em Barcelona-1992, o ex-atleta lembra da sua trajetória no esporte e ressalta a importância do início no interior gaúcho. Ele faz parte da série do Saque Viagem intitulada Personagens Olímpicos, idealizada para aquecer os dias que antecedem aos Jogos de Tóquio, que acontecem de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.

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Quem vê a carreira de Paulão a partir do título olímpico de 1992 pode pensar que as coisas sempre deram certo, o que não é verdade. A trajetória do ex-jogador começou no time da Sogipa, em Porto Alegre, e quase acabou duas semanas depois de começar.

“Quando eu comecei a treinar voleibol, em Porto Alegre, eu também comecei a trabalhar, tinha 14 anos na época. Duas semanas depois a minha mãe pediu para eu informar o professor que não tinha como seguir. Não tinha dinheiro para o tênis, para a passagem e para a viagem, de 30km entre Porto Alegre e Gravataí. Cheguei para comunicar isso e o professor João Batista pediu para eu seguir indo aos treinos que seria dado um jeito. A solução encontrada foi me dar cinco cruzeiros, para a passagem de ida e volta, e um lanche”, comentou Paulão.

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Paulão se lembra da história com muita emoção. A ajuda, que aconteceu no fim dos anos 70, segue viva na lembrança do ex-jogador e foi um diferencial para que o jogador chegasse no topo do pódio olímpico na Espanha em 1992. Apesar da dificuldade e da quase desistência da carreira, o campeão olímpico não tem vergonha do que enfrentou nos anos em que esteve em quara.

“Acho que essa questão, essa ajuda que eu tive me deu essa raiz mais forte para superar os obstáculos e chegar no pódio olímpico de 1992 com a medalha de ouro. Me deixa muito feliz, tenho muito orgulho de tudo que eu passei, de toda essa história. O professor João Batista foi simplesmente espetacular”, finalizou Paulão.