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Favorita ao ouro, Sérvia pode não ser esse bicho papão todo

A seleção da sérvia é a atual bicampeã da Europa, 2017 e 2019, e do Campeonato Mundial, em 2018

Sérvia Pré Olímpico 2019

Equipe da Sérvia está na mesma chave do Brasil em Tóquio-2020 (Divulgação/FIVB)

 

Campeã europeia em 2017. Não contente, levantou também o caneco da edição de 2019. No meio disso tudo, coube ainda a maior conquista da história do voleibol feminino da Sérvia: o Campeonato Mundial de 2018. O ciclo pra lá de vitorioso colocou a seleção de Zoran Terzic no topo das bolsas de apostas para o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

 

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Porém, desde que as sérvias foram à quadra para disputar três amistosos com a Itália na última semana, a tal certeza sobre o favoritismo deu lugar a muitas dúvidas. Ainda que a amostra seja muito pequena, apenas três apresentações antes do voo para o Japão, o voleibol apresentado por Tijana Boskovic e companhia frustrou.

 

A começar pela linha de passe. Os saques de Elena Pietrini e Ofelia Malinov mostraram que caprichar no fundamento pode ser meio caminho para derrubar a campeã mundial. Em outros tempos, jogar com passe C, D não era um problema para elas. Mas os anos passam, e atacantes decisivas como Brankica Mihajlovic já não derrubam mais a mesma quantidade de bola.

 

 

Se a dependência de Tijana Boskovic já era grande, os amistosos mostraram que a Sérvia pode ser cada vez mais Boskovic Voleibol Clube na Ariake Arena. Para quem almeja subir da prata conquistada na Rio-2016 para o ouro em Tóquio-2020, contar com uma única jogadora, ainda que seja uma fora de série, será o bastante?

“Eu não vi o time da Sérvia com uma capacidade muito grande ofensiva (nos amistosos). A Sérvia sem a capacidade ofensiva é uma equipe que não é mais aquela que a gente achava candidata a medalha de ouro. A Mihajlovic não é uma jogadora que dê segurança no passe e precisa ver o que vai fazer daqui até a Olimpíada”, avaliou o comentarista do Saque Viagem, Cacá Bizzocchi, durante a exibição do programa 92 do “Mais Vôlei, Por Favor”.

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Bianka Busa não tem dado a estabilidade no passe que a Sérvia precisa (Divulgação/FIVB)

 

Mihajlovic, que conviveu com problemas físicos ao longo da temporada, não vive sua melhor fase. A levantadora Maja Ognjenovic, uma das maiores da história, também não foi bem no VakifBank-TUR. Bojana Milenkovic e Bianka Busa, ao menos nos testes com as italianas, fizeram o torcedor sérvio sentir saudades de Tijana Malesevic, responsável pelo passe na edição carioca.

“Temos que ser cautelosos, ponderar porque foram apenas amistosos, as equipes estão entrando em ritmo de jogo, escondendo muita coisa. Qual a motivação da Rasic ou da Ognjenovic, da Mihajlovic, da Boskovic, apesar da Boskovic e Egonu mostrarem que são peças fundamentais para as pretensões italianas e sérvias, é um amistoso e o amistoso é apenas mais um treino, só que com pessoas diferentes. Mas, se eu fosse italiano ou sérvio, eu estaria preocupado. A linha de passe preocupa muito. A gente viu diversas vezes a Ognjenovic não podendo trabalhar pelo meio (por causa da falta de passe)”, observou Cacá.

A tendência é que, em Tóquio-2020, a Sérvia apresente um voleibol com selo de campeão olímpico à medida que a primeira fase avançar. República Dominicana, Japão e Quênia são os adversários antes do encontro com o Brasil, que deve definir a primeira posição do Grupo A e uma possível fuga de China, Estados Unidos e Itália nas quartas de final. O encerramento da primeira fase é contra a cambaleante Coreia do Sul.

 

 

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