Zé Roberto reclama da FIVB, fala sobre força máxima no Sula e opostas do Brasil

Zé Roberto não conseguiu treinar a seleção durante a VNL (Fotos: Divulgação/FIVB)

A imagem que a seleção feminina do Brasil deixou na Liga das Nações (VNL), competição em que pela primeira vez sequer chegou às semifinais, não foi das melhores. Na primeira etapa, no Japão, chegou a empolgar. Mas, com a perda da ponteira Ana Cristina, e com as viagens de leste a oeste e de oeste a leste do globo, que faziam as jogadoras ficarem mais tempo no ar do que treinando, o time desandou.

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Por isso, assim que o Brasil foi eliminado nas quartas de final para a China, o técnico Zé Roberto optou por manter todas as atletas no elenco, ainda que o próximo compromisso fosse o Campeonato Sul-Americano, historicamente não lá muito exigente. O objetivo era ajustar o que não funcionou. E o que não deu para ajustar. Tudo para a seleção feminina conquistar a sonhada vaga para Paris-2024, em setembro, via Pré-Olímpico.

Antes do embarque para Recife (PE), onde Thaisa e companhia defendem a hegemonia no continente a partir do dia 19, o técnico Zé Roberto respondeu ao Saque Viagem sobre a VNL, Sul-Americano, Ana Cristina e opostas.

Saque Viagem: O que aconteceu na VNL para o Brasil não ter desempenhado seu melhor voleibol?
Zé Roberto: Eu tenho uma crítica à Federação Internacional por ter feito o planejamento que fez para o time do Brasil. Se somar todos os dias, entre viagens e dias para aclimatar, foram 20 dias que deixamos de treinar como deveríamos. A China, por exemplo, fez todas as três fases na Ásia. Não pegou um fuso horário diferente. Nós pegamos quatro fusos horários diferentes nas semanas em que jogamos (a seleção jogou, pela ordem, no Japão, Brasil, Tailândia e Estados Unidos), e isso é um problema. Precisávamos treinar. Nunca treinamos tão pouco para um campeonato como para esse. Optamos por vir para Saquarema antes do Sul-Americano para termos mais treinamento e possibilidade de ajustar o time. Precisávamos treinar para pensar em volume, intensidade, em melhorar a performance em todos os fundamentos, no sincronismo, na velocidade. E também por estarmos em casa, podendo ajustar cada vez melhor a equipe para o Pré-Olímpico.

Brasil perdeu para a China e foi eliminado da VNL nas quartas de final

Saque Viagem: Quais evoluções na seleção feminina poderemos observar no Sul-Americano?
Zé Roberto: Demos prioridade para a relação bloqueio-defesa e para o saque, mas pensamos em um todo. Melhorar fisicamente também.

Saque Viagem: Por que a opção de levar força máxima para o Sul-Americano e como ele pode ser utilizado como preparação para o Pré-olímpico?
Zé Roberto: Usaremos como preparação. A Argentina foi campeã da Copa Pan-Americana, um título inédito para elas, que vêm com energia. A Colômbia também vem bem e o Peru está melhorando. A América do Sul está evoluindo, o que é muito bom para nós. São jogos preparatórios. O nosso time tem que passar por dificuldades para identificarmos onde precisamos evoluir e melhorar, porque vamos ter, no Pré-Olímpico, Argentina e Porto Rico, finalistas da Copa Pan-Americana.

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Saque Viagem: De que forma você tem trabalhado para que uma das opostas se firme como titular e ganhe confiança?
Zé Roberto: Não adianta pensarmos só em uma posição, porque vamos enfrentar várias escolas. Temos que pensar na variação que vamos encontrar. Vamos enfrentar times de muita velocidade, como o Japão, e times que jogam com bolas mais altas, como a Turquia. O Campeonato Sul-Americano tem times com característica de mais velocidade, bolas mais rápidas e baixas.

Saque Viagem: Quais as chances de a Ana Cristina estar à disposição para o Pré-Olímpico?
Zé Roberto: Infelizmente, não vai. Foi uma perda muito grande para nós. A Ana Cristina estava sendo uma das melhores jogadoras da VNL. Infelizmente, houve a contusão no menisco. Vamos ter que respeitar o tempo. É importante que ela faça uma boa recuperação e volte da melhor maneira possível para contarmos com ela no ano que vem.

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