Brasil e Argentina na mesma chave no Sul-Americano masculino
Brasil é o maior vencedor da disputa sul-americana (Fotos: Divulgação/FIVB)
Por Saque Viagem
24 de julho de 2019
A Confederação Sul-Americana de Vôlei (CSV) informou nessa terça-feira (23) os grupos da 33ª edição do Campeonato Sul-Americano masculino, a ser realizado no Chile, de 10 a 14 de setembro. As duas seleções mais fortes, Brasil e Argentina, estão na chave A, completada por Colômbia e Equador, com jogos na cidade de Temuco (veja tabela no final do texto). O time da casa está no grupo B, disputado em Santiago, com Venezuela, Peru e Bolívia.
Depois da bem-sucedida edição de 2017, quando atraiu público, imprensa e teve a organização elogiada pelos participantes, o Chile recebe mais uma vez o torneio. Os dois primeiros de cada chave avançam às semifinais, que serão em Santiago, a exemplo da disputa de medalhas.
O Brasil venceu todas as edições das quais participou do Sul-Americano. São 31 títulos, todos conquistados de forma invicta. Quando não participou, em 1964, a Argentina subiu ao lugar mais alto do pódio.
ZEBRA
Há dois anos, depois de ter vencido o Brasil por 3 a 1 na antiga Liga Mundial, o então técnico da albiceleste, Julio Velasco, falava em repetir a dose e quebrar a escrita no Sul-Americano. Porém, na semifinal, os argentinos foram surpreendidos pela modesta Venezuela – longe de lembrar o time competitivo do oposto Harry Gomez, na década passada. Foi um vexame. Jogando inexplicavelmente mal, a Argentina perdeu por 3 a 2 e teve que se contentar com o bronze, derrotando os chilenos novamente. Na final, o Brasil massacrou a Venezuela. O ponteiro Maurício Borges foi o MVP da competição.
Embora tenha vencido o Brasil em disputa de medalha nos Jogos Olímpicos (bronze, em Seul-1988), eliminado o arquirrival nessa mesma competição nas quartas de final (Sydney-2000) e também na disputa do ouro nos Jogos Pan-Americanos (Toronto-2015), a Argentina jamais conseguiu um título sul-americano diante dos brasileiros. Isso é fonte de motivação para os hermanos, que esbanjam técnica, têm uma defesa excepcional, mas sofrem com a ausência de um atacante decisivo pela saída de rede.
Argentina, na época comandada por Velasco, foi surpreendida na última edição do torneio
OUTROS ADVERSÁRIOS
A Venezuela, que na primeira década deste século chegou a surpreender a melhor seleção brasileira de todos os tempos, vencendo-a por 3 a 2 na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de 2003 (os venezuelanos chegariam ao ouro), e mais tarde, em 2008, classificou-se para a Olimpíada de Pequim, nessa época sob o comando do técnico brasileiro Ricardo Navajas, já não é mais a mesma. A crise econômica desmantelou o voleibol do país. Em 2017, por exemplo, alguns integrantes da comissão técnica sequer foram ao Chile e, embora sejam permitidos 14 atletas, o baixo orçamento só os deixou levar 11.
O Chile vem investindo mais na modalidade desde 2011, teve alguma evolução, mas nada que ameace brasileiros e argentinos. Recentemente, na Challenger Cup, valendo um lugar na Liga das Nações de 2020, os chilenos foram eliminados depois de perder para a boa Eslovênia e a razoável Turquia sem ganhar nenhum set. No Sul-Americano de 2017, tinham a expectativa de disputar o bronze com a Venezuela (que venceriam mais tarde com relativa facilidade no Pré-Mundial de 2018), mas a zebra atrapalhou tudo e colocou a Argentina de novo em seu caminho. Este ano, o maior feito foi conseguir uma vaga nos Jogos Pan-Americanos, retornando à competição depois de uma ausência de 48 anos. Porém, venezuelanos e colombianos abriram mão do qualificatório para o Pan. O ponta Dusan Bonacic, 24 anos, 1,96m, é o principal jogador chileno.
Confira as partidas do Brasil no Grupo A*
(Horário de Brasília)
Dia 10/9 (terça-feira) – 22 horas – Brasil x Equador
Dia 11/9 (quarta-feira) – 22 horas – Brasil x Colômbia
Dia 12/9 (quinta-feira) – 16 horas – Brasil x Argentina
*Ainda não há confirmação de transmissão do Sul-Americano pela TV no Brasil. Em 2017, o SporTV exibiu a semifinal e a final