‘Mais Vôlei, Por Favor’ detalha título do Minas e projeta semifinais masculina
As premiadas por posição da Superliga feminina conquistada pelo Minas (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)
A edição 79 do “Mais Vôlei, Por Favor“, programa do Saque Viagem exibido no YouTube e que debate os principais acontecimentos do voleibol de quadra foi veiculado nesta terça-feira (6). Com a presença do comentarista Cacá Bizzocchi, a atração detalhou os motivos que fizeram o Itambé/Minas conquistar a Superliga feminina 2020/21 e que impediram a ida do troféu para o Dentil/Praia Clube. E o episódio projetou também as semifinais da competição nacional no masculino, com Fiat/Minas encarando o Vôlei UM Itapetininga e o EMS Taubaté Funvic enfrentando o Vôlei Renata, de Campinas.
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“Foi uma final atípica. Quando você chega em uma final, o seu time já passou por várias situações e treinou para as dificuldades que enfrentou. Uma decisão, com times do nível de Minas e Praia, você pensa que o jogo será parelho e decidido nos detalhes, mas não foi o que a gente viu. Foi impressionante a alternância e a diferença no placar nos sets que cada uma das equipes venceu nos três jogos. Não teve o equilíbrio que a gente esperava. Foi um time jogando e o outro tomando surra, sem ter para onde sair e escapar”, analisou Cacá Bizzocchi.
“O que chamou a atenção nessa final foi exatamente isso. Muito diferente de quase todas as finais que assisti. Não lembro de finais com sets tão disparatados como vimos nesse Minas e Praia. O que dá para explicar é que foi um jogo comandado principalmente pelo saque e recepção. Teve um time sacando muito bem e o outro passando muito mal. A gente teve um Praia sacando de uma maneira avassaladora nos sets que venceu e o Minas também sacando bem nas parciais que ganhou”, acrescentou o especialista do Saque Viagem.
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Além dos fundamentos saque e recepção, Cacá Bizzocchi citou mais um que fez a diferença ao Minas. “Não foi aquele jogo em que um time começou sacando bem e o outro se acertou e equilibrou. Quem começou sacando bem foi até o fim do set nesta toada e o outro time não conseguiu sair daquela arapuca. Uma vez para o Praia. Uma vez para o Minas. E, na hora que precisou, o Minas que fez isso no quinto set. Outra condição determinante foi o aproveitamento de contra-ataque. Não que tenha sido uma maravilha, mas, na hora que o Minas passou a aproveitar, venceu o jogo”, destacou o comentarista.
Semifinais da Superliga masculina
A fase semifinal da Superliga masculina 2020/21 terá seu início nesta quarta-feira (7). O Itapetininga, que eliminou o favorito Sada Cruzeiro nas quartas de final, encara o Fiat/Minas, que superou o Apan/Eleva/Blumenau na etapa anterior da competição nacional. E é esse o duelo que abre o dia, às 16h30, no CDV (Centro de Desenvolvimento de Voleibol), em Saquarema (RJ). Em seguida, às 19h, o Vôlei Renata, de Campinas, e que passou pelo Gabarito/Azulim/Uberlândia, enfrenta o Taubaté, que bateu o Montes Claros América no playoff melhor de três, por 2 a 1.
“Todos entram nas mesmas condições. Itapetininga e Minas eram os dois times que mais estavam crescendo de produção no campeonato. O Itapetininga, se as semifinais fossem logo depois, estariam no auge. Já o Minas também estava em evolução, com a volta do Escobar, que ficou uns jogos fora, e ele estava voando e decidiu a classificação nas quartas de final. Seriam as duas equipes que mais teriam a perder, mas eles vão se enfrentar e estarão nas mesmas condições e quem ganhar chegará com o outro finalista em igualdade”, comentou Cacá Bizzocchi.
“Em contrapartida, o longo período sem jogos entre quartas de final e semifinal, acho que foi benéfica tanto para o Taubaté quanto para o Vôlei Renata. O Taubaté teve, pouco tempo atrás, os casos de Covid-19 e precisou parar o treinamento. Enquanto que o Renata teve, principalmente, a recuperação do Vaccari, que é o principal jogador do time nessa temporada e que teve tempo de poder voltar em condições ótimas para esses playoffs”, complementou o especialista, que, em seguida, fez observações mais detalhadas.
Itapetininga x Minas
“O Itapetininga vai enfrentar um Minas que é um time com algumas características parecidas ao Sada Cruzeiro. Tem um levantador habilidosíssimo, mas baixo (William/Cachopa), um central muito alto que bloqueia (Gustavão/Isac) e um central mais baixo e que ataca (Matheus Pinta/Otávio). Os dois ponteiros são mais baixos, mas jogadores de quadra, o Lazo e o Honorato. E o Cruzeiro também tinha ponteiros mais baixos, o Conte e o López. Então, é um jogo que o Itapetininga já mostrou que sabe jogar. Quem sabe não está aí o caminho para mais uma surpresa”, analisou.
“Acho o Itapetininga um time limitado. Ele tem o Renan (Buiatti) e depende muito dele. O Adriano (Xavier) é um jogador que está aparecendo, mas que depende do Renan jogando bem. Porque se sobrar tudo nas costas dele, não dará conta. E tem dois centrais (Johan e Thales) que deixam a desejar, principalmente ofensivamente. Não são dois atletas que foram muito acionados. Itapetininga não joga muito com os meios, então isso pode limitar um pouco o time”, completou Cacá Bizzocchi, que deu sequência na avaliação desse embate.
“Nesse primeiro confronto, vejo a possibilidade de o Itapetininga repetir a tática que fez com o Cruzeiro e pode levar vantagem, mas observo o Minas em condições que, se jogar taticamente, anula o Renan, não precisa se preocupar tanto com os centrais, neutraliza o Adriano e a semifinal se encaminha para a equipe mineira, que é mais experiente e jogueira e tem crescido no sistema defensivo. Depende muito do Escobar e ele não tem deixado a desejar. Ele sabe que o Minas precisa dele e tem resolvido. Vejo favoritismo do Minas, mas uma chance do Itapetininga nesse duelo tático”, concluiu.
Vôlei Renata x Taubaté
Os técnicos argentinos Javier Weber e Horácio Dileo se enfrentam na outra semifinal da Superliga. O primeiro, treinador do Taubaté, conta com um dos melhores elencos do vôlei brasileiro. Já o segundo, comandante do time de Campinas, conduziu seus atletas ao título do Campeonato Paulista de 2020. Os clubes se enfrentaram seis vezes na temporada 2020/21, com as duas vitórias do Vôlei Renata nas decisões do estadual, e quatro triunfos dos taubateanos, sendo uma na fase de classificação do estadual, duas na etapa inicial do campeonato nacional e uma na semifinal da Copa Brasil 2021.
“É um jogo sempre bem jogado. Não dá para não falarmos que o Taubaté é o favorito, pois é quase uma seleção brasileira e tem várias boas opções. Pelo lado do Vôlei Renata, Vaccari e Vissotto precisam estar jogando bem. Já Taubaté, dos quatro times, é o que menos depende do oposto. Se o Felipe Roque jogar, o time voa. Mas se ele não for bem, tem o Gabriel (Cândido) para entrar no lugar dele, o Douglas Souza ataca a bola que precisar, o Maurício Borges está em uma fase espetacular e o Lucão joga pelo meio como ninguém”, avaliou Cacá Bizzocchi.
“Portanto, o Weber tem peças que podem suprir um jogador que não estiver bem na partida. Essa é a grande vantagem do Taubaté, que ainda tem o João Rafael, que mantém a pegada e o nível. O Vôlei Renata tem chances, mas precisa jogar 100% o tempo todo nos dois ou três jogos, pois se não jogar não tem chance. Precisa ver se o time de Campinas terá fôlego para jogar nessa qualidade. É muito difícil jogar no limite por três partidas, mas respeito muito o trabalho que o Dileo faz. A qualidade do time campineiro é algo que, se fosse outro técnico, duvido que teria”, finalizou o especialista.