Discussão entre Darlan e levantador é “reflexo de time que depende de 1 só jogador”

Brasil ficou apenas em sétimo lugar no Campeonato Mundial sub-21 (Divulgação/FIVB)

Um bate-boca dentro de quadra entre o oposto Darlan e o levantador Gustavo Orlando, no duelo com a Bélgica no último final de semana, manchou ainda mais a campanha abaixo da expectativa da seleção masculina de vôlei sub-21 no Campeonato Mundial. Com jogadores talentosos, que já se destacam na Superliga, o grupo amargou o sétimo lugar.

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Na última edição do “Mais Vôlei, Por Favor”, que foi ao ar na segunda-feira (4) e está disponível no YouTube e na Volleyplay.com, o comentarista Cacá Bizzocchi analisou a situação. Para ele, que já foi técnico da seleção feminina de base do Brasil nos anos 1990, nem sempre o resultado é mais importante em situações como essa.

“Não estou julgando o que eu acho que pode ter acontecido, nada disso, nada disso. Vamos dizer que tivesse realmente havido um problema de relacionamento que pudesse interferir no grupo, não interferir exatamente no resultado, mas no respeito do grupo. Estou supondo, vamos imaginar uma outra situação, uma outra seleção, a seleção da Polônia. Se acontece isso, eu vou disputar um sétimo lugar com o seguinte discurso: ´eu estou pouco me lixando para o sétimo lugar, o que eu quero é uma seleção que tenha todo mundo comprometido com o objetivo geral, e se vocês quiserem chegar à adulta, vocês têm que passar por isso aqui. Eu vou jogar com vocês dois na reserva a disputa do sétimo e, se ficar em oitavo, para mim tanto faz, para mim, o mais importante é o respeito do grupo´. Se a gente tivesse uma situação dessa, vou repetir, não estou falando que houve isso, mas essa teria sido uma atitude a ser tomada.”

Na ocasião, o Brasil vencia a Bélgica por 19 a 17 no quarto set, que era decisivo para prolongar o duelo até o tie-break. Mas o bate-boca entre os jogadores, dentro de quadra, para o mundo todo ver, teve efeito de um balde de água fria sobre a equipe brasileira.

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Darlan, que era o maior pontuador da equipe nacional, com 23 acertos, e Orlando deixaram a quadra para a inversão do 5-1. Os belgas se aproveitaram do momento conturbado do time de Giovane Gávio para não só virarem o duelo, como vencerem em 3 a 1. Acabava ali a chance de a seleção brigar por um lugar mais honroso, o quinto lugar no Campeonato Mundial sub-21 de vôlei masculino.

“Isso (briga entre atletas) é reflexo de um time que depende de um jogador só na categoria juvenil. O jogo tem que ser construído com todo mundo, porque em uma hora dessa, talvez a melhor opção, talvez seria um outro jogador. Mas ele não está preparado para agir sob pressão, no momento decisão. Como que isso se constrói? Com a vivência, é o cara jogando, é o cara sendo colocado à prova. Agora, se o negócio está ruim, joga para o oposto, se o negócio está bom, joga para o oposto. O que eu estou fazendo em quadra? Você vai botar pra mim quando ele estiver mal? Aí eu não tenho condições emocionais, psicológicas, para aguentar essa pressão. O jogo tem que rodar com todos, todos têm que se sentir úteis e se sentir capazes de decidir no momento que for. Para mim, isso constrói a base, porque esse cara vai chegar no adulto com toda essa carga de desconfiança, de insegurança, ele não vai virar no adulto, ele vai ser construído aí”, avaliou Cacá Bizzocchi.

Na seleção sub-21, Darlan era a principal referência ofensiva, tanto que fez 97 pontos e terminou a competição na oitava posição entre os maiores pontuadores. Os demais atacantes do Brasil tiveram uma participação tímida na edição da Itália e Bulgária. Revelação da última Superliga, o ponteiro Adriano Xavier, por exemplo, ficou apenas na 37ª posição do ranking, fruto dos 54 pontos computados.

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