Garay se emociona com convocação e quer fechar ciclo com medalha olímpica

13 de abril de 2021

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Fernanda Garay disputou duas Olimpíadas e foi campeã em Londres-2012 (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

A ponteira Fernanda Garay conversou com os jornalistas na segunda-feira (12) por quase uma hora. Durante esse período, a campeã olímpica nos Jogos de Londres-2012 anunciou que não renovará seu vínculo com o Dentil/Praia Clube para a temporada 2021/22. A jogadora informou que deseja encerrar seu ciclo como atleta profissional vestindo a camisa da seleção brasileira na VNL (Liga das Nações) de 2021 e nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que serão disputados de 23 de julho a 8 de agosto. Após isso, a vontade dela é cuidar da família e realizar o sonho de ser mãe.

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“Eu quero iniciar tranquilizando vocês dizendo que não estou grávida. Depois de pensar muito e de várias noites sem dormir direito, tomei uma difícil decisão de não renovar com o Praia para a próxima temporada e fazer uma pausa na minha carreira para me dedicar à minha família e realizar o sonho de ser mãe. Hoje me sinto muito bem física e mentalmente e a cada temporada que passa me sinto mais madura para entender as necessidades do meu corpo e para me manter jogando no mais alto nível possível”, disse Garay.

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Confira abaixo mais trechos da entrevista de Fernanda Garay:

– Período no Praia Clube:

“Em 2017, quando cheguei aqui, eu não imaginava o tanto que seria bem recebida pela cidade de Uberlândia e por esse clube e também o tanto que criaria de identificação com essa equipe. Passei quatro temporadas jogando aqui com um amor incondicional. Neste momento, eu não me imaginaria jogando por outra equipe. Com muito orgulho e humildade, eu posso dizer que me sinto parte da história desse clube. Em 2017/18 conquistei meu primeiro título de Superliga, que também foi o primeiro do Praia”.

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– Emoção com a convocação:

“Na sexta-feira (9) recebi com muito carinho e alegria a convocação para a seleção brasileira. Em 2016, não consegui encerrar o ciclo, o que foi uma grande decepção, depois de ter me preparado tanto durante os quatro anos e não ter conquistado uma medalha. Esse ano eu me sinto bem e preparada para me juntar ao grupo e dar meu melhor e, quem sabe, ter a oportunidade de conquistar minha vaga em Tóquio e representar o Brasil da melhor forma. Será um privilégio poder encerrar essa fase da minha carreira vestindo a camisa da seleção brasileira”.

– Feliz com a confiança da comissão técnica:

Eu não pensei em recusar a convocação, pois até a convocação sair não existia uma convocação. Então, quando o Zé me procurou e conversou comigo foi muito importante porque eu tinha alguns receios. Hoje eu preciso de bastante maturidade e honestidade comigo mesma para respeitar os meus limites e do meu corpo. Foi muito bacana a nossa conversa porque me senti mais segura de que eu teria essas condições, com adaptação de treinamento e de fazer o melhor para que eu tenha condições de seguir evoluindo e de ir para os Jogos em uma forma física boa. Eu tinha dúvidas se poderia ajudar nessas minhas condições atuais, que não são as mesmas de quatro anos atrás. Fiquei feliz porque eu ouvi coisas muito boas. Senti confiança por parte da comissão técnica. Ali eu tive a certeza de que poderia brigar”.

O período na seleção brasileira será o último de Garay como atleta profissional (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

– Pausa ou fim de carreira:

“É um pouco cedo para dizer porque não sei como serei como mãe. Como atleta, eu tive a oportunidade de estar em contato com mães que também eram jogadoras e vivenciei momentos muitos difíceis. É algo muito doloroso ficar longe por causa das viagens. Talvez eu tente voltar, pois paro em um momento que estou bem fisicamente, mas não sei se tenho estrutura psicológica para isso. Prefiro, hoje, encerrar esse ciclo e deixar a próxima fase em aberto, mas sabendo que, me conhecendo, será muito difícil. Posso sim voltar, mas não é meu objetivo. Meu desejo, no meu coração, é viver esse momento, a maternidade, e deixar isso em segundo plano”.

– Sonho de ser mãe:

“Vocês não devem fazer ideia do quanto é difícil para nós mulheres atletas entendermos nossa decisão de interromper nossa carreira para realizar o sonho de ser mãe. Eu me sinto muito bem fisicamente, mentalmente, e a cada temporada me sinto mais madura para entender as necessidades do meu corpo. Mas, às vésperas de completar 35 anos, e depois de ter tomado um susto muito grande com relação à saúde, tive a certeza no meu coração de que esse é o momento e que não valeria mais a pena esperar por isso”.

– Convocação para Liga das Nações:

“Esse ano foi muito diferente, estou preparada para dar o meu melhor. Quem sabe, é a oportunidade de conquistar minha vaga em Tóquio, representar o Brasil e ter o privilégio de encerrar minha essa fase da minha carreira. Agradeço à comissão técnica, que acreditam que posso ajudar, que posso estar lá. Vai ser muito significado para todos, depois de um ano tão difícil. Acredito que temos condições de formar um time competitivo. Depois de não termos competições no ano passado, todo mundo está com vontade de representar bem a seleção e focado. Está todo mundo com fome de bola, para formar uma equipe que vai brigar na fase final Liga das Nações e da Olimpíada.