História do voleibol: criação, inserção nos Jogos Olímpicos e Tóquio em 2021

Em seu primeiro texto, o comentarista Cacá Bizzocchi mostrou curiosidades sobre a modalidade desde seus primeiros praticantes até as fases de globalização e profissionalismo

By Redação

19 de maio de 2021

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O voleibol foi inventado em 1895 (FIVB/WOQ-20)

COLUNA DO CACÁ BIZZOCCHI
carlosbizzocchi.blogspot.com

Estamos a 66 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio e, enquanto a Olimpíada não chega, vamos espantando a ansiedade falando das equipes e das estrelas que podem escrever seus nomes na história olímpica. Este é o primeiro de uma série de textos que compartilharemos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro na competição.

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O voleibol foi inventado por Willian Morgan em 1895. Nas primeiras décadas do século seguinte, o esporte já era conhecido nos cinco continentes. Quatro anos depois do final da Segunda Guerra, o primeiro campeonato mundial era disputado entre os homens. Em 1952 era a vez das mulheres. Nas primeiras edições, os países do leste europeu dominavam as primeiras posições. Em 1964, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o voleibol foi o primeiro esporte a integrar os dois gêneros na estreia de uma modalidade na programação olímpica.

Nesta época um país já se intrometia entre os países comunistas, o Japão. No feminino, as japonesas, que vinham de um título mundial em 1962 contra as soviéticas, mais uma vez conquistaram o ouro para cima daquelas que seriam suas maiores adversárias também nos anos seguintes. Entre os homens, os orientais ganhavam a medalha de bronze, ficando atrás de União Soviética e Tchecoslováquia, que haviam feito todas as finais dos cinco Mundiais realizados até então.

Estados Unidos e a revolução no modo de jogar voleibol

As forças mundiais dos dois naipes mudaram com o passar dos anos (FIVB/MOQ-20)

Apenas em 1984 um país fora deste bloco conseguiu furar a hegemonia e garantir a medalha de ouro, mesmo assim porque o boicote aos Jogos de Los Angeles deixou de fora as principais forças comunistas. No masculino, os norte-americanos conquistaram o ouro e revolucionaram o modo de jogar voleibol. No feminino, as donas da casa ficaram com a prata.

57 anos depois, na mesma Tóquio, será realizada daqui a pouco mais de dois meses, a 15ª edição da modalidade. O cenário é totalmente diferente, e se o Japão sediava aqueles Jogos na década de 1960 para mostrar ao mundo que se reconstruíra da destruição da Guerra, o país vive hoje uma guerra invisível contra um vírus que mergulhou o planeta numa pandemia sem controle.

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Pela primeira vez, teremos torcida apenas local e em número reduzido. A organização dos Jogos tem um enorme desafio pela frente e, se tudo correr bem, veremos vários países disputando as primeiras colocações tanto no masculino quanto no feminino. Não mais uma disputa entre orientais e leste europeu, não mais o capitalismo contra o comunismo que mobilizou boicotes e disputas que extrapolaram o campo esportivo.

Em Tóquio teremos seleções formadas por etnias diversas, filhos de estrangeiros, naturalizados e com sotaque. Forças emergentes de um mundo globalizado, campeões que se firmaram na virada do século ou nos anos 1980. Teremos atletas que fizeram do esporte profissão e recebem salários milionários e nem imaginam que naquele longínquo ano de 1964 os vencedores eram militares, funcionários de fábricas ou do governo, e que muitos chegaram ao Japão de navio para poder jogar o esporte ao qual se dedicavam mais por hobbie do que profissionalmente.

Leia mais e confira algumas curiosidades no link: Voleibol a caminho de Tóquio – I – O vôlei nos Jogos (carlosbizzocchi.blogspot.com)

Os pódios olímpicos no Masculino

Tóquio

México

Munique

Montreal

Moscou

Los Angeles

Seul

1964

1968

1972

1976

1980

1984

1988

URS

JPN

POL

URS

USA

TCH

JPN

GDR

URS

BUL

BRA

URS

JPN

TCH

URS

CUB

ROM

ITA

ARG

Barcelona

Atlanta

Sydney

Atenas

Pequim

Londres

Rio

1992

1996

2000

2004

2008

2012

2016

BRA

NED

YUG

BRA

USA

RUS

BRA

NED

ITA

RUS

ITA

BRA

ITA

USA

YUG

ITA

RUS

ITA

USA

Participações por país no Masculino (incluindo Tóquio 2020)

- 15 vezes – BRA
- 14 vezes – RUS (também como URS e EUN)
- 12 vezes – USA / ITA
- 10 vezes – POL
- 9 vezes – JPN
- 8 vezes – BUL / ARG
- 7 vezes – KOR / CUB / TUN
- 6 vezes – NED / SRB (também como YUG e SCG)
- 5 vezes – TCH / CAN / FRA
- 4 vezes – GER (em 1972 disputou pela FRG e pela GDR) / EGY
- 3 vezes – AUS / ROM
- 2 vezes – CHN / ESP / MEX / VEN / IRI
- 1 vez – HUN / PRK / BEL / LBA / SWE / ALG / GRE / GRB

Medalhas

Ouro

4 vezes – RUS (3 como URS)
3 vezes – USA / BRA
1 vez – JPN / POL / NED / YUG

Prata

3 vezes – RUS (2 como URS) / BRA / ITA
1 vez – NED / BUL / GER (como GDR) / JPN / TCH

Bronze

3 vezes – RUS (uma como URS) / ITA
2 vezes – USA
1 vez – JPN / TCH / CUB / ROM / ARG / YUG

Soma

- 10 medalhas – RUS
- 6 medalhas – BRA / ITA
- 5 medalhas – USA
- 3 medalhas – JPN
- 2 medalhas – NED / YUG / TCH
- 1 medalha – POL / BUL / GER / CUB / ROM / ARG

Os pódios olímpicos no Feminino