“Não é uma bela experiência saber antes do término sobre a sua saída”, admite Nery Tambeiro

Itambé Minas foi vice-campeão da Superliga masculina (Foto: Maurício Val/FVImagem/CBV)

Quando o oposto Wallace colocou no chão a última bola da final da Superliga de vôlei masculino, encerrou-se oficialmente o ciclo de Nery Tambeiro à frente do Itambé Minas. Um dos técnicos mais longevos da história do tradicional clube de Belo Horizonte (MG), Nery pisou na Arena Farma Conde, nesse domingo (30), já ciente de que não teria o contrato renovado.

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Pelas redes sociais, o Minas Tênis Clube já havia, inclusive, se despedido oficialmente de seu técnico das últimas nove temporadas. “Você, Nery, foi peça fundamental na formação de muitos atletas, que hoje são destaques no cenário do voleibol mundial. Acima de tudo, você transmitiu nossos valores para a nova geração, formando bons cidadãos por meio do esporte. O Minas deseja muito sucesso na sua caminhada”, disse o presidente do clube, Carlos Henrique Martins Teixeira.

Em 2023/24, Nery terá o desafio de comandar o Vedacit Vôlei Guarulhos, que acabou eliminado nas quartas de final da Superliga de vôlei masculino. O treinador deixa o Minas após um título da Copa Brasil e três vice-campeonatos da Superliga. Além disso, lançou jovens que alcançaram a seleção brasileira de vôlei, como o líbero Maique, o central Flávio e o ponteiro Henrique Honorato.

Sentindo-se grato pelas oportunidades no Minas, apesar de admitir “não ter sido uma bela experiência” saber de forma antecipada sobre sua saída, Nery falou com o Saque Viagem logo após a derrota para o Sada Cruzeiro, em 3 a 0, na decisão da edição 2022/23. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista:

Nery Tambeiro foi técnico do Minas por nove temporadas (Foto: Orlando Bento/MTC)

Como você avalia o desempenho do Minas na final da Superliga?
Nery Tambeiro: A gente queria ter apresentado um voleibol um pouquinho melhor, mas não conseguimos. Do outro lado, tinha o Sada, que sacou muito bem, atacou muito bem, nos pressionou o tempo todo. Com isso, não conseguimos impor o nosso ritmo. Mas o time está de parabéns pela campanha. Foi uma temporada difícil, nós oscilamos bastante, lançamos muitos jovens. Mas fomos coroados com mais uma final. Nesses últimos três anos, foram três finais de Superliga e uma Copa Brasil. O sentimento é de gratidão pelo Minas. Foi deixado um legado lá. O saldo sempre é muito positivo.

Era um dia especial para você, de saída do Minas, William e Leandro Vissotto, que anunciaram a despedida das quadras. Como foi a preleção para este jogo?
Nery Tambeiro: Na preleção, os jogadores pediram a palavra. O Vissotto se mostrou grato a todos pelo convívio, pela jornada, e o próprio William também. Eles deram dicas do que a gente poderia fazer para se sair melhor hoje dentro de quadra. Oramos como sempre o nosso Pai Nosso, e foi uma energia muito boa. Pena que a gente não conseguiu mostrar tudo aquilo que vinha jogando. Mas vamos ver o lado positivo da obra que esses dois jogadores realizaram. São nossos ídolos e saem do esporte deixando saudade.

Como foi entrar em uma final de Superliga já sabendo que o contrato não seria renovado para a próxima temporada?
Nery Tambeiro: O meu sentimento é de gratidão pelo Minas. Foi conversado antes, eu já sabia que iria sair. Com isso, deu tempo para a gente trabalhar e poder se encaixar em outro lugar. Mas não é uma bela experiência, digamos assim, saber antes do término sobre a sua saída. Acho que no voleibol são poucas vezes que isso acontece. Mas fica o sentimento de o Minas ter apostado em mim esses anos todos, é só felicidade e gratidão.

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