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‘Não jogo vôlei por dinheiro; meu sonho é ser campeão olímpico’, diz Maique

Maique com os troféus de vice-campeão e de melhor líbero (Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

 

Maique Reis Nascimento, mineiro de Santo Antônio do Amparo, foi o convidado especial da edição 21 do Golden Set, veiculado no canal do YouTube do Saque Viagem na última quarta-feira (21). O líbero do Fiat/Minas está com 23 anos e foi escolhido o melhor de sua posição na Superliga 2020/21. O defensor liderou as estatísticas no fundamento recepção durante quase toda competição nacional, caindo para o terceiro lugar nas finais diante do EMS Taubaté Funvic, fechando o campeonato com 74% de eficiência, com 300 passes perfeitos em 407 ações.

 

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“Eu não jogo vôlei por fama e dinheiro. Jogo porque o meu sonho é ser campeão olímpico. Eu sempre falo isso, de que estou aqui por um sonho, que é um sonho de criança e onde quero chegar para realizá-lo. Por isso que faço tudo com muita alegria. Jogo sempre dando tudo de mim porque a quadra é minha vida. Tudo que coloco ali dentro é pela minha família e pelas pessoas que torcem por mim. Estou muito feliz com tudo isso”, afirmou Maique durante a entrevista para o Golden Set. O líbero também comentou sobre ser mais utilizado na defesa no início no Minas e atualmente na seleção.

 

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“Era a oportunidade que estava tendo e queria agarrá-la de qualquer forma. Eu trabalhei muito. Por mais que não jogasse passando nas outras temporadas e só entrava para defender, eu estava feliz porque era aquilo que estavam me submetendo para fazer e eu estava cumprindo com o papel. Consegui fazer esse bom trabalho na seleção brasileira em 2018. Na verdade antes, já no Minas, quando o Nery (Tambeiro), no início, sempre me apoiou e acreditou em mim. E, desde muito novo, ele falava que o meu momento chegaria e que era para eu confiar nele”, acrescentou o defensor.

 

Oportunidade de mostrar trabalho na defesa
Maique - entrevista Golden Set

Maique foi um dos principais jogadores do Minas na Superliga 2020/21 (William Lucas/Inovafoto/CBV)

 

No processo de afirmação no Minas, Maique foi convocado pela seleção para o Mundial de 2018. “Na verdade não era nem para eu defender naquele Mundial. O Renan (Dal Zotto, técnico) me levou para compor e para que estivesse com o pessoal e me habituasse com a rotina. Estava super feliz de ir ao Mundial com apenas 21 anos e acabei correspondendo bem, então foi aí que surgiu o rótulo do líbero que só defende, mas que era a oportunidade que eu tinha. Não tinha como mostrar meu trabalho na recepção. A opção dele foi me colocar para defender e aí fui construindo e acreditando no meu”, disse.

 

“No Mundial Juvenil de 2017 (Brasil ficou em quarto lugar) fui eleito o melhor líbero do mundo e não tem como ser escolhido o melhor da competição só defendendo. Então eu passei e defendi e os números estão aí. Enfim, não me baseava no que as pessoas achavam sobre mim. Era aquilo que me submetiam para fazer e queria executar bem. Era a oportunidade que estava tendo. Eu quero ser um líbero completo e trabalho para isso. Ainda estou longe, pois tenho muita coisa para evoluir e trabalhar, mas sinto que estou no caminho certo”, completou Maique.

 

Metas na seleção brasileira
Maique - entrevista Golden Set

Maique vestiu a camisa da seleção brasileira no Mundial de 2018 (FIVB/Divulgação)

 

Maique iniciou um trabalho com os coaches Victor Ferraz e Leticia Capuruço e, segundo ele, isso o transformou em um jogador melhor. Ele, ao lado dos dois profissionais, estabeleceram metas e uma delas era terminar a Superliga acima dos 70% de eficiência na recepção, feito conquistado com sucesso. Além disso, o atleta também traçou objetivos com a camisa da seleção brasileira. “Quero continuar fazendo meu trabalho. Espero conseguir ir para a VNL (Liga das Nações) e ter a oportunidade de jogar e mostrar meu trabalho”, destacou Maique.

 

“Apesar de ser novo, acho que será algo que provará muito para mim e para os que podem duvidar. Acredito que temos que aceitar os desafios e meter a cara e arriscar, se não a resposta sempre será não. Então, estou indo de mergulho e querendo mostrar meu melhor. Quero estar apto para as oportunidades que aparecerem para mim porque sei que lá na frente isso vai me ajudar muito. Sei que no final será uma escolha do Renan, mas quero mostrar que, mesmo que eu não vá para Tóquio, terão uma peça já carimbada para renovação da seleção após os Jogos Olímpicos”, concluiu Maique.

 

Além das respostas apresentadas acima, Maique abordou outros assuntos na entrevista que durou quase 1h30. Entre os diversos temas conversados estão: a temporada e o segundo lugar do Minas, os investimentos do clube no masculino, como surgiu o estilo de defesas com cambalhotas, a importância do trabalho com coaches no desempenho em quadra, a trajetória de vida para que conseguisse chegar ao sucesso no vôlei profissional, a relação com o noivo desde a faculdade, se existe preconceito no esporte e a representatividade de Tifanny. Assista o conteúdo completo no vídeo acima.

 

MVPF #81 NA ÍNTEGRA – Seleção feminina e fim da Superliga

Rafael Zito é jornalista formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pela FMU. Acumula passagens pelas redações do Olimpíada Todo Dia, Terra, Federação Paulista de Futebol e, há mais de dez anos, cobre voleibol de quadra.

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