Tricampeões, Riad e Giseli Gávio relembram conquistas da Champions
O central, que atualmente defende o EMS Taubaté Funvic, ganhou os três títulos pelo Trentino. Já a ex-atleta levantou o troféu duas vezes pelo Bergamo e uma pelo Matera
Riad, do Taubaté, foi tricampeão da Champions pelo Trentino (Renato Antunes/MaxxSports)
Por: Rafael Zito
Chegou o dia da grande decisão da CEV Champions League 2020/21 e dois brasileiros podem entrar para história e se juntarem aos outros 20 compatriotas que já levantaram a taça da principal competição de clubes da Europa e, por consequência, do voleibol mundial. Lucarelli e Gabi ambicionam, neste sábado (1/5), a consagração que dois jogadores tupiniquins puderam vivenciar por três vezes. A ponteira Giseli Gávio e o central Riad são os únicos atletas do Brasil tricampeões da competição e ambos subiram ao topo do pódio por equipes italianas.
A pioneira
Giseli Gávio, irmã mais velha de Giovane Gávio, campeão olímpico em Barcelona-1992 e Atenas-2004, foi tricampeã da Champions League na década de 1990. A ponteira, atualmente com 53 anos, levantou o troféu pela primeira vez na temporada 1992/93, quando defendia o Matera. Em seguida, com a camisa do Bergamo, ganhou mais duas vezes, em 1996/97 e 1998/99. “A Champions League, chamada de Coppa dei Campioni pelos italianos, foi um dos momentos mágicos da minha carreira no voleibol”, afirmou Giseli Gávio em entrevista ao Saque Viagem.
+ Assine a VolleyPlay e tenha acesso aos conteúdos exclusivos do vôlei
“Com certeza uma copa continental na carreira de um atleta é algo especial. Me sinto privilegiada por ter vivido estes momentos de vitória. Quando eu jogava na Itália, vencer o campeonato italiano era um objetivo extremamente difícil e a vitória nos dava o passaporte para participar da Copa dos Campeões, certamente um grande presente! Com certeza esta experiência traz muita confiança e maturidade ao atleta”, concluiu a ex-jogadora, que integra o seleto grupo de sete mulheres brasileiras vencedoras da Champions League: Fofão, Walewska, Hilma, Fabiana, Cilene Drewnick e Ana Flávia.
Três vezes seguidas
Assim como Giseli Gávio, o central Riad, que jogou e foi campeão da Superliga pelo EMS Taubaté Funvic na temporada 2020/21, também subiu ao topo do pódio três vezes. No caso dele, o tricampeonato foi legítimo, já que conquistou a competição pelo Trentino, da Itália, em 2008/09, 2009/10 e 2010/11. “Esses três títulos da Champions League significam muito para mim, principalmente o primeiro que ganhamos. Esse foi um dos títulos mais importantes que tenho na minha carreira porque a equipe foi montou justamente com esse objetivo”, afirmou Riad em entrevista ao Saque Viagem.
“Eu lembro muito bem que, nas negociações que tive para poder ir para lá, eles sempre frisavam isso. Eles queriam a Champions League e o time foi montado para isso. A gente alcançou o objetivo e depois vieram as outras duas em 2009/10 e 2010/11. Quando a gente conseguiu o objetivo eu vi o quão difícil era o campeonato. Guardo excelentes lembranças dos três títulos pelo Trentino”, completou o central, de 39 anos. Na sequência, o jogador foi perguntado sobre a relevância do torneio na carreira de um atleta e citou o exemplo de um campeão olímpico que não conquistou a competição.
+ Acompanhe o Saque Viagem no Youtube, Instagram e Facebook
“Com certeza é um diferencial na carreira de um atleta. É o campeonato mais difícil que já joguei em termos de nível técnico porque ali estão os melhores times da Europa. A importância é muito grande e, conversando lá na época, me lembro que o Nikola Grbić (ex-levantador e técnico) falou para mim que o campeonato era tão importante que muitos jogadores de nível de seleção e campeões olímpicos não ganharam. E ele citou o caso do irmão dele, o Vladimir Grbić (ex-ponteiro), que foi campeão olímpico em Sydney-2000, mas não ganhou a Champions League”, disse Riad.
Na torcida por Lucarelli
Ninguém melhor do que Riad para saber o que é ser campeão da Champions League pelo Trentino, algo que Lucarelli pode sentir pela primeira vez neste sábado na final contra o Grupa Azoty Kędzierzyn-Koźle, da Polônia, às 15h30 (Horário de Brasília). “Ser campeão pelo Trentino tem um gosto especial. É uma torcida que abraça o time e vai com ele em todos os lugares do mundo. Lembro que no nosso primeiro título, em 2008/09, contra o Iraklis, da Grécia, eles levaram seis mil pessoas e conseguiram um lugar privilegiado à beira da quadra”, disse
“O ginásio era muito grande e a nossa torcida ficou lá em cima, no último anel, e você ouvia a nossa torcida lá de cima. É uma torcida que está sempre com o time, apaixonada. O Trentino é uma equipe que tem uma das histórias mais vencedoras do voleibol mundial. Estarei na torcida pelo meu amigo Lucarelli para que ele possa também sentir o gosto de ser campeão da Champions League pelo Trentino. Estou desejando boa sorte e tomara que dê tudo certo”, concluiu o jogador do Taubaté.
Além de Lucarelli pelo Trentino, o vôlei brasileiro pode conquistar a Champions League também com a ponteira Gabi, que atua pelo Vakifbank, da Turquia, e encara o Imoco Conegliano, da Itália, às 12h (Horário de Brasília). Se entre as mulheres são sete campeãs do torneio, no masculino são 11: Giovane Gávio, Renan Dal Zotto, Gustavo Endres, Rapha, Riad, Leandro Vissotto, Bruninho, Leal, Alexandre Sloboda, Ashley Nemer e Juliano Bendini. Do lado de fora da quadra, os vencedores da competição são o técnico José Roberto Guimarães e o assistente técnico Maurício Thomas.
Golden Set #26 – Meus Clássicos: Brasil x Rússia – Olimpíadas de Londres
GOLDEN SET #25 – LIVE COM FERNANDO GOMES + ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO VOLEIBOL