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Polina Rahimova: “Pressão não me assusta, sempre fui líder onde joguei”

rahimova

Polina joga pela seleção do Azerbaijão desde 2007 (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Por Sidrônio Henrique
26 de junho de 2019

 

Matadora, provocadora, polêmica, aquele tipo que não leva desaforo pra casa. Ela pode ser dócil num minuto e uma fera dali a pouco. Uzbeque naturalizada azeri, Polina Rahimova tem uma qualidade essencial para qualquer atleta: não se deixa abater. Garante que vai fazer a diferença na Superliga 2019/20, pelo Sesi Vôlei Bauru, que anunciou sua contratação em maio, de olho no título – parou na semifinal na temporada passada. Polina vem com a obrigação de colocar a bola no chão, substituindo a italiana Valentina Diouf. “A pressão não me assusta, sempre fui a maior pontuadora e líder onde joguei. Sequer temo a pressão, a experiência me ajuda”, disse a oposta de 29 anos, 1,98m, num bate-papo exclusivo com o Saque Viagem.

Já esteve, segundo a própria, no radar do Dentil/Praia Clube há dois anos, mas as negociações não avançaram. “Jogar no Brasil é um desejo antigo. A proposta do Sesi Bauru veio na hora certa, com boas condições e eu aceitei”, afirmou. A atacante caprichou na simpatia. No manual do atleta estrangeiro, claro, não podem faltar elogios ao lugar onde vai atuar.

“O Brasil é uma referência mundial na modalidade. O voleibol aí é uma paixão, tem um estilo próprio. Vai ser muito bom estar na Superliga.”

Chega em definitivo ao país em setembro, depois do Campeonato Europeu. Antes, virá a Uberlândia (MG) para o Pré-Olímpico com a seleção do Azerbaijão, de 2 a 4 de agosto. E para quem acha que a única vaga em disputa já é do Brasil (o quadrangular reúne ainda República Dominicana e Camarões), avisa: “Não dá para saber o resultado antes do fim. Não vai ser fácil, mas nós vamos dar o máximo para ir aos Jogos Olímpicos, meu sonho desde criança.”

 

Com a italiana Caterina Bosetti e a brasileira Natália durante a Liga das Nações (Fotos: Acervo pessoal)

 

FÃS

Os admiradores, ela enfatiza, são um capítulo à parte em sua vida. “Adoro interagir com os fãs, e os brasileiros são especiais, até porque entendem bastante de vôlei. Lembro de um momento incrível, quando um brasileiro enviou para mim uma pequena escultura, uma mini Polina. Aquilo derreteu meu coração. Naquele momento, eu soube que um dia eu teria que jogar na Superliga, agradecer a esses fãs estando perto deles.”

Trata de minimizar as provocações que às vezes faz após um ponto – traço que diverte os torcedores e eventualmente irrita as oponentes. “Quando estou na quadra, só penso em vencer, mas respeito meus adversários. Aquelas reações são apenas parte das minhas emoções, nunca é algo contra alguém.”

 

 

Ídolos, ela diz que nunca teve. “Jamais tive um ídolo ou me inspirei em alguém, mas sempre procuro me motivar a fazer o melhor possível”, contou ao site.

Até abril deste ano, detinha o recorde mundial de pontos numa partida de vôlei feminino*, 58, alcançado em dezembro de 2015, quando atuava pelo Toyota Queenseis na liga japonesa. A marca foi quebrada por uma compatriota, Jana Kulan, que fez 60 pontos pelo Toray Arrows, também do Japão, num jogo de seis sets – cinco inicialmente, seguido de um de desempate, no qual marcou 10 pontos. “Primeiro fiquei triste quando soube que minha marca havia sido batida, ainda que numa partida com um set a mais. Mas, logo em seguida, tive a alegria e o orgulho de saber que a atleta também é do Azerbaijão”, comentou.

 

A atacante tira foto dos fãs japoneses (Foto: Reprodução/Instagram)

 

TRAJETÓRIA
Em clubes, além do voleibol azeri e do já mencionado Japão, passou pela Coreia do Sul, Turquia e Itália. Na temporada passada, começou jogando pelo Casalmaggiore, que terminou em sexto lugar na liga italiana. No entanto, em janeiro deste ano, após um desentendimento, pediu rescisão e jogou os últimos meses do período 2018/19 pelo THY, sexto colocado na liga turca.

Na Itália, a atleta foi a segunda maior pontuadora da equipe. Marcou 258 pontos, ficando atrás apenas da cubana Kenia Carcaces (ex-Osasco), que somou 341. No entanto, Polina disputou 10 partidas a menos, chegando a uma média de 16,1 pontos por jogo. No Campeonato Mundial de 2018, embora o Azerbaijão tenha terminado numa modesta 15ª posição, ela teve média de 18,5 pontos.

 

A azeri em momentos de lazer (Fotos: Acervo pessoal)

 

IMBRÓGLIO
Sobre a saída abrupta do Casalmaggiore, sem dar detalhes, disse apenas que recebeu “uma boa proposta do THY, que foi vantajosa para mim e para meu time italiano”. Porém, numa entrevista concedida à sucursal azeri da agência russa de notícias Sputnik**, publicada no início de maio, Polina Rahimova afirmou algo insólito: “Imaginei o vôlei na Itália um pouco diferente. Vamos dizer apenas que não correspondeu às minhas expectativas. Apesar do fato de que o clube fez todo o possível para mim, acabou sendo difícil morar na pequena cidade de Casalmaggiore, que mais parece uma aldeia. Lembro-me de quando abri a janela do meu apartamento para arejar a sala e senti o cheiro de estrume vindo da rua.”

Questionada se a rescisão e os seus comentários poderiam lhe fechar as portas no mercado italiano e sobre o que faria caso não se adaptasse à cidade de Bauru, a oposta ignorou a primeira parte da pergunta e foi taxativa em relação à segunda: “Se tudo estiver bem para mim e para a equipe, se ambas as partes estiverem satisfeitas, eu não vou sair.”

 

No Casalmaggiore, no bloqueio ao lado da polonesa Agnieska Kakolewska (Foto: Rubin/LVF)

 

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*O recorde mundial de pontos numa partida de voleibol masculino pertence ao cubano Leonardo Leyva. Em 2013, quando atuava pelo Samsung Bluefangs, então campeão da liga sul-coreana, num jogo comemorativo diante do Osaka Blazers Sakai, campeão japonês, ele marcou 59 vezes.

**Na entrevista à agência Sputnik, Polina Rahimova fez a seguinte afirmação sobre sua situação após a temporada 2018/2019: “Tenho ofertas de três clubes turcos. Além disso, dois times do Brasil e um da China mostraram interesse em mim. Também houve propostas da Itália, mas sequer as considerei.” Perguntada pelo Saque Viagem se outras equipes brasileiras, além do Sesi Bauru, a haviam procurado, Polina citou apenas a sondagem feita pelo Praia Clube há dois anos.

 

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