Naiane pode substituir Macris à altura na seleção?

Naiane vai disputar o Pré-Olímpico no lugar de Macris (Foto: Divulgação/FIVB)

Com o pedido de dispensa de Macris, levantadora titular absoluta do Brasil desde o último ciclo olímpico, fica a pergunta: Naiane, a substituta, tem voleibol para manter o nível da seleção? Para o comentarista do Saque Viagem, Cacá Bizzocchi, Naiane ainda não está no mesmo patamar da dona da posição. Tampouco da reserva imediata.

“Nós temos duas das melhores levantadoras do mundo: a Macris e a Roberta. A Roberta só é reserva da Macris porque é a Macris que está lá. Então, a Naiane, ela está atrás das duas sim, ela não está no mesmo nível. É uma boa levantadora, é. Se eu tivesse dirigindo um time, a Naiane seria uma jogadora que eu ia ficar muito de olho para levar para o meu time, mas, quando a gente tem Macris e Roberta, fica muito difícil de qualquer outra levantadora estar no mesmo nível. Nós temos poucas no mundo, nas seleções de ponta, que estão no mesmo nível que a Roberta e Macris”, avaliou Cacá durante o programa “Mais Vôlei, Por Favor”, exibido de forma exclusiva para os membros do YouTube.

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Ao contrário de Macris e Roberta, Naiane teve raras oportunidades na seleção de vôlei feminino. Nesta temporada, após o trabalho de destaque no Pinheiros, voltou a ser convocada pelo técnico José Roberto Guimarães. A levantadora, no entanto, só apareceu com a camisa verde-amarela na primeira semana da Liga das Nações (VNL). Isso porque Roberta, reserva imediata de Macris, estava lesionada.

Diante do histórico de Naiane na seleção, Cacá acredita que a atleta do Dentil/Praia Clube não deva ser muito aproveitada durante o Pré-Olímpico. A tendência é que Roberta seja a titular, como já aconteceu no Campeonato Sul-Americano.

“Eu acho que ela (Naiane) vai para o banco e só vai entrar se precisar ou se o Zé Roberto achar que ela tem nível suficiente para manter o mesmo ritmo que esteja sendo jogado, para fazer uma inversão dela com outra oposta”, indicou o comentarista do Saque Viagem.

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No Pré-Olímpico, que tem início na segunda metade de setembro, no Japão, o Brasil enfrenta a equipe da casa, Turquia, Bélgica, Bulgária, Porto Rico, Argentina e Peru. Pelo regulamento, todos os times jogam entre si. Apenas os dois primeiros colocados garantem o bilhete para os Jogos Olímpicos de Paris.

ZÉ ROBERTO ERROU NA ESTRATÉGIA?
Faltando menos de duas semanas para a competição mais importante do ano, o técnico Zé Roberto se vê sem o cérebro da equipe verde-amarela, a jogadora que fazia o Brasil jogar de forma mais ousada. Sem Macris, restou apenas Roberta de levantadora no grupo, o que obrigou o tricampeão olímpico a chamar de volta Naiane para os treinos. O treinador da seleção errou ao não trabalhar com três levantadoras em Saquarema (RJ)? Ele poderia ter dado mais tempo de quadra para as reservas de Macris?

“Vários técnicos agiram de maneira diferente (na temporada). A gente viu técnicos que convocaram jogadoras que saíram da Champions, dos campeonatos europeus imediatamente, e nós vimos técnicos que deixaram as principais jogadoras fora da Liga das Nações. Nem jogaram, como a Sérvia e Itália, principalmente. O Brasil podia adotar essa mesma estratégia? Podia poupar algumas jogadoras, mas o Brasil precisava se firmar. O Brasil estava vindo de uma temporada com muita desconfiança em cima do time. E aí eu acho que o que pesou para o Zé Roberto foi readquirir essa confiança que, infelizmente, não foi readquirida. Acabou custando um desgaste maior para as jogadoras. A Macris, talvez pela temporada que fez muito extenuante no Fenerbahce-TUR, ela tenha sentido. Ela falou que já estava sentindo, né? É uma situação para deixar a Naiane, a Naiane adquiriria um pouco mais de confiança, de rodagem. Mas a contusão não é algo que você espera, que você programa, mas poderia ser diferente”, concluiu Cacá Bizzocchi.

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