As conquistas das brasileiras e as demais campeãs olímpicas em 15 edições
A União Soviética, atualmente representada pela Rússia, conquistou quatro ouros, China e Cuba subiram três vezes no degrau mais alto do pódio, enquanto Brasil e Japão somam duas conquistas cada
O Brasil foi campeão olímpico no feminino em Pequim-2008 e Londres-2012 (FIVB/Londres-2012)
COLUNA DO CACÁ BIZZOCCHI
carlosbizzocchi.blogspot.com
Este é o quinto de uma série de textos para acompanhar a contagem regressiva até a estreia do voleibol brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Nas quinze edições em que o voleibol foi disputado nos Jogos Olímpicos, o voleibol feminino teve apenas cinco países campeões. A União Soviética, atualmente representada pela Rússia, conquistou quatro ouros, China e Cuba subiram três vezes no degrau mais alto do pódio, enquanto Brasil e Japão somam duas conquistas cada.
A seguir apresentamos edição a edição como isso aconteceu:
1964 – Desde 1960 o Japão vinha incomodando as soviéticas, que até então reinavam absolutas nas primeiras edições do Campeonato Mundial. Em casa, as japonesas ficaram com o primeiro ouro olímpico.
1968 – Após ver o triunfo das japonesas nos dois mundiais anteriores e em Tóquio quatro anos antes, a ex-União Soviética dá o troco e fica com o ouro.
1972 – Japão e ex-União Soviética confirmam a supremacia de ambos que se prolonga por mais de uma década e fazem a final em Munique. Mais uma vez, o ouro fica com as soviéticas.
1976 – Na alternância entre japonesas e soviéticas, as asiáticas vencem, a exemplo do que aconteceu no Mundial em 1974, empatando o número de conquistas olímpicas.
1980 – O boicote político japonês aos Jogos de Moscou, juntando-se aos demais países capitalistas, faz com que a ex-União Soviética encontre a Alemanha Oriental na final feminina e fique com o ouro, na primeira participação brasileira.
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1984 – O boicote político desfigura o cenário voleibolístico dominado pelos países comunistas. A China, que não seguiu o bloco, vence os Jogos pela primeira vez no feminino, iniciando um domínio internacional absoluto que incluía a Copa do Mundo de 1981 e o Mundial de 1982 se estenderia à Copa do Mundo de 1985 e o Mundial de 1986.
1988 – As soviéticas reconquistam o ouro, vencendo o Peru, após estar perdendo por dois sets a um. Foi a última conquista das soviéticas, que como Rússia não mais triunfaria.
1992 – Cuba, depois de ficar de fora dos Jogos por questões políticas em 1984 e 1988, começa a escrever uma das mais vitoriosas histórias do vôlei mundial com o primeiro de três ouros seguidos.
1996 – Cuba desfila Mireya Luís, Regla Torres, Magaly Carvajal e conquista o bicampeonato em cima da China.
2000 – As geniais cubanas conquistam o tricampeonato olímpico no feminino. Somando-se aos dois títulos mundiais de 1994 e 1998 e as quatro Copas do Mundo de 1989 a 1999, reinam quase absolutas no vôlei internacional por mais de uma década.
2004 – A China vence a Rússia em Atenas por três sets a dois e conquista o segundo ouro olímpico, interrompendo domínio de Cuba, que fica com o bronze.
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2008 – José Roberto Guimarães se torna o primeiro técnico a ganhar o ouro dirigindo equipes masculinas e femininas. Depois de comandar os homens em Barcelona, dá ao Brasil a primeira medalha de ouro no feminino.
2012 – A seleção feminina vira, vence por 3 sets a 1 a final novamente contra os Estados Unidos e conquista o bicampeonato olímpico.
2016 – A seleção feminina da China, com uma equipe jovem, supera a Sérvia por 3 sets a 1 e ganha o ouro dirigida pela campeã de 1984 Lang Ping.
As conquistas brasileiras começam em Pequim-2008
A decepção pela perda, quatro anos antes, em Atenas-2004, na semifinal para a Rússia num jogo que caminhava para levar o Brasil à primeira final olímpica foi superada em 2008 contra a China, dona da casa. A final contra os Estados Unidos em Pequim inscreveria na história dos Jogos um campeão inédito. Diante de 13 mil pessoas que lotaram o Palais des Sports de La Capitale, o Brasil conquistou pela primeira vez o ouro, depois de dois bronzes – Atlanta-1996 e Sydney-2000 – e quatro participações.
Foi uma partida atípica para uma final, com os três primeiros sets com parciais muito amplas: 25 a 15 para as brasileiras no primeiro set, 25 a 18 a favor das norte-americanas no segundo, 25 a 13 no terceiro e, por fim, um placar mais equilibrado no último set, 25 a 21. Os quatro sets do jogo duraram 1 hora e 35 minutos. O Brasil teve Fofão, Sheilla – maior pontuadora, com 19 pontos –, Mari, Paula, Walewska, Fabiana e Fabi como titulares e Valeskinha, Thaísa, Sassá, Jaqueline e Carol Albuquerque como opções em quase todo o torneio.
Com uma campanha invicta de oito vitórias e apenas um set perdido, Zé Roberto Guimarães, no banco de reservas, tornou-se o primeiro técnico – não sendo ainda superado por nenhum outro – a conquistar o ouro olímpico dirigindo equipes de ambos os gêneros.
O bicampeonato em Londres-2012
A segunda medalha dourada veio em Londres-2012. Com uma trajetória muito diferente da realizada quatro anos antes, a seleção brasileira quase ficou fora logo na primeira fase do torneio. Depois de perder para a Coreia do Sul e para os Estados Unidos, vencer Turquia e China por 3 a 2 e depender de uma derrota da Turquia para as norte-americanas na última rodada, o Brasil avançou às quartas de final como quarta colocada do grupo B. Num jogo histórico, virou contra as russas, carrascas de Atenas, quebrando vários match-points desfavoráveis e fechando em 3 a 2.
A semifinal contra o Japão foi mais fácil e mostrou que o time havia superado o início titubeante da competição. Na final, porém, as norte-americanas pareciam estar dispostas a devolver a derrota de Pequim e aplicaram sonoros 25 a 11 no primeiro set. No entanto, Dani Lins, Sheilla, Fabiana, Thaísa, Jaqueline – a melhor da final e maior pontuadora, com 18 pontos –, Fê Garay e Fabi acordaram no segundo set (25 a 17), venceram os outros dois (25 a 20 e 25 a 17) e fecharam o jogo em 3 a 1, em 1 hora e 41 minutos.
Depois da decepção de cair nas quartas de final na edição Rio-2016, a seleção vai aos Jogos de Tóquio como uma das favoritas. No entanto, a disputa promete ser das mais acirradas e imprevisíveis em tempos de pandemia ainda não controlada.
Texto extraído do blog de Cacá Bizzocchi: carlosbizzocchi.blogspot.com
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