‘Se o sonho é de medalha olímpica, precisa ter time alto’, diz Cacá Bizzocchi
Egonu em ação de ataque pela entrada de rede (CEV/Divulgação)
Na edição 81 do programa ‘Mais Vôlei, Por Favor‘, o comentarista Cacá Bizzocchi voltou a discorrer sobre a importância de centrais altas para a seleção brasileira feminina ambicionar medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ao abordar o tema, o especialista do Saque Viagem ilustrou sua análise com uma foto mostrando o alcance da oposta italiana Paola Egonu em um ataque na entrada de rede. A imagem foi tirada no confronto entre o Conegliano, da Itália, time da atacante de 22 anos, e o Eczacıbaşı, da Turquia.
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“Essa imagem explica o que falei sobre as centrais e a altura necessária para jogar o voleibol internacional hoje. Essa foto foi tirada do nível da rede. Reparem onde a Egonu está tocando a bola, acima da antena. Sabe quanto tem até a ponta da antena? 3,24m. Essa bola está acima de 3,24m. O bloqueio do Vitra está no máximo possível e com as jogadoras passando a cabeça da fita da rede. Observe que foi uma bola mal passada e as duas puderam se preparar para saltar com a Egonu. Olha o quanto elas precisaram ir alto para chegarem abaixo de onde ela toca”, explicou Cacá Bizzocchi.
“Quando eu falo que a Carol Gattaz vai para Tóquio é porque precisa de estatura. Não dá mais para jogar nesse nível com central baixa. Nós temos a Macris, que é uma levantadora fora de série, mas onde ela chega contra Egonu e Zhu? Não vamos abrir mão da Macris, mas precisa compor com mais gente alta, mesmo com a Carol Silva indo à Olimpíada. Pois, se a gente tiver um time baixo na totalidade, vamos virar uma Tailândia, que joga bem, mas não consegue vencer esses times. Então, se a gente sonha com medalha olímpica, precisa ter um time alto. Caso contrário, essas mulheres vão bater por cima e fazer a festa”, completou o comentarista.
Elenco de centrais do Brasil
O técnico José Roberto Guimarães já realizou algumas convocações e está trabalhando no CDV (Centro de Desenvolvimento de Voleibol), em Saquarema (RJ), com sete centrais, sendo cinco convocadas e duas convidadas. Estão na primeira situação as atletas Carol Silva, de 1,83m, Mayany, 1,85m, Adenízia, 1,87m, Bia, 1,89, e Carol Gattaz, 1,92m. No outro grupo aparecem as jovens Lorena e Diana, ambas com 22 anos e, respectivamente, 1,90m e 1,94m. Cacá Bizzocchi reforça a dificuldade de se bloquear com central baixa quando a levantadora do rival recebe o passe na mão.
“Imagina as bolas chegando nas mãos das levantadoras de Sérvia, China e Itália. Situação em que as bloqueadoras precisam esperar para fazer a marcação, saltar um pouquinho, esperar, não vão chegar com altura nas bolas. Concordo que a Gattaz tem deficiência no bloqueio, mas a estatura dela permitirá que espere um pouco mais e consiga marcar uma segunda bola numa finta com a pipe e que consiga chegar com bloqueio defensivo na ponta. A Adenízia é outra especialista em bloqueio, um pouco mais baixa, mas talvez vá para Tóquio nessa condição”, analisou Cacá Bizzocchi.
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“Não estou desconsiderando a qualidade de bloqueio de ninguém. A Carol Silva talvez bloqueie mais do que todas as outras, mas só quando ela tem condições de chegar inteira. A velocidade atual do voleibol feminino faz com que você precise chegar na ponta deitando a mão para um defensivo, mas como chegar para um defensivo contra a Egonu com a mão a um palmo da rede? É a mesma coisa que não bloquear”, acrescentou o especialista, que não descarta que Zé Roberto possa optar por uma das duas convidadas por causa da estatura.
“Elas estão lá e vão entrar em um coletivo ou outro. Se forem muito melhor do que quem está lá achando que está com vaga certa, engolem. Podem sim papar essa chance”, disse Cacá Bizzocchi, que considera uma das duas jovens mais preparada pensando no cenário atual. “Acho que a Diana salta à frente neste momento, mas vejo a Lorena com mais potencial para o médio prazo”, concluiu o especialista, que considera a VNL (Liga das Nações) fundamental para mostrar como é que o Brasil está preparado para enfrentar as principais seleções.
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