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México pode ser uma vitrine para o técnico Nicola Negro?

Comentarista Cacá Bizzocchi analisa o novo desafio na carreira do técnico minastenista

Nicola Negro acertou com a seleção feminina do México

Técnico do Minas se apresenta à nova equipe após a Superliga (Foto: Orlando Bento/MTC)

 

Por que o México? Por que não uma seleção de mais prestígio? Esta foi a pergunta que rondou a cabeça de muito fã de vôlei após o anúncio de que o técnico Nicola Negro comandaria a seleção feminina do México a partir de maio de 2023.

 

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Campeoníssimo no Gerdau Minas, com dois títulos de Superliga, mais dois de Campeonato Sul-Americano e com boas participações no Campeonato Mundial de Clubes, Nicola poderia ter espaço em uma seleção média da Europa. Ou mesmo na Argentina, que disputa grandes competições e com quem chegou a flertar antes de assinar com os mexicanos.

 

A realidade do México não será fácil para o comandante italiano mostrar seu trabalho para o mundo. Talvez, sequer sirva de cartão de visitas para saltos mais altos. O time da estrela solitária Samantha Brício ocupa apenas a 20ª posição no ranking da FIVB.

 

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Para o último Campeonato Mundial, sequer conquistou uma vaga. Também não jogou a Liga das Nações (VNL). Em Jogos Olímpicos, de acordo com o levantamento feito pelo comentarista Cacá Bizzocchi, a última participação mexicana foi em 1968, ano em que a Cidade do México recebeu o maior evento esportivo do mundo. Em torneios regionais, a situação também não é lá muito animadora.

 

No Campeonato da Norceca, torneio que envolve as seleções da América do Norte, Central e Caribe, e que tem como protagonistas Estados Unidos e República Dominicana, o México foi apenas o sétimo colocado em 2021. Campanha modesta que se repetiu nas edições de 2019, 2013 e 2011.

“Se fosse em anos atrás, eu falaria que o Nicola só aceitaria um convite do México se fosse para ter um planejamento a longo prazo, porque o México não é uma equipe de tradição internacional. Para você fazer um bom trabalho, você precisa ter tempo, você precisa construir uma identidade de voleibol no México, que não tem nas categorias de base. É preciso estruturar tudo isso para depois colher os frutos na categoria adulta. Este é o processo. Talvez, esta passagem pelo México sirva para mostrar o trabalho para as seleções da América do Norte, Central, ficar ali mais perto dos Estados Unidos, Cuba, República Dominicana e, numa dessas, ele dirige um time desses”, avaliou Cacá Bizzocchi durante a edição do programa “Mais Vôlei, Por Favor”.

 

SUPERLIGA PRESTIGIADA
Ainda que o México faça parte do grupo periférico do voleibol mundial, o convite a Nicola Negro mostra a força da Superliga e do Minas Tênis Clube. Em 2019, também recém-saído da Rua da Bahia, em Belo Horizonte (MG), o italiano Stefano Lavarini assinou com a Coreia do Sul. Com a seleção asiática, disputou a VNL, Pré-Olímpico e chegou até as semifinais dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Os bons resultados levaram Lavarini ao comando da seleção feminina da Polônia em 2022.

“Muita gente acha que a elite está na Itália, na Turquia, mas a verdade é que dirigir equipes aqui no Brasil rende muito para os treinadores. No caso do Nicola, acho que ele vai ter mais um desafio do que uma oportunidade. Se ele pegou aqui um time acertadinho, bonitinho, com tradição, clube super popular no vôlei brasileiro, ele vai para o México com uma missão quase impossível”, analisou Cacá no canal do YouTube do Saque Viagem.

 

Stefano Lavarini comandou a Coreia do Sul na VNL e Jogos Olímpicos
Bom trabalho no Minas levou Lavarini à seleção da Coreia do Sul em 2019 (Foto: Divulgação/FIVB)

 

Nicola se apresenta à seleção mexicana após o término da Superliga de vôlei feminino. Os primeiros compromissos do italiano à frente da nova equipe são os Jogos Centroamericanos e do Caribe, em junho, e os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em outubro.

“Estou muito feliz e honrado de ser o novo técnico da seleção mexicana”, comentou Nicola, que levará para a nova aventura na Cidade do México um auxiliar técnico e um preparador físico.

 


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