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Zé Roberto pode repetir estratégia da Rio-2016 e Pequim-2008

Nas duas edições, o tricampeão olímpico convocou quatro centrais e abriu mão de uma atacante de extrema

Pouco usada na VNL, Adenízia entrou bem contra a Coreia do Sul (Divulgação/FIVB)

 

A cada novo jogo da Liga das Nações (VNL), competição que o técnico Zé Roberto tem usado de laboratório para os Jogos Olímpicos de Tóquio, aumenta a dúvida em relação às meios de rede do Brasil. Não há unanimidade como na época de Fabiana, Walewska e Thaisa.

 

Carol e Carol Gattaz foram escaladas mais vezes no elenco titular. Nas últimas partidas, porém, Bia saiu jogando. Ainda que não seja mais a atacante decisiva de outros anos, a ex-osasquense fez seu papel. Contra a Holanda, marcou sete pontos, sendo três deles de bloqueio. Foi, inclusive, a brasileira que mais vezes tocou no bloqueio: 12.

 

 

Contra a Coreia do Sul, fez mais oito pontos, novamente três deles de bloqueio. O bom rendimento das últimas partidas levou Bia a figurar no ranking das melhores bloqueadoras da competição. Está em 18° lugar, atrás de Carol (13°) e Tandara (17°). Carol Gattaz, Adenízia e Mayany não aparecem no levantamento.

 

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Carol, por sua vez, já não apresenta mais o mesmo rendimento do início da competição. Já Adenízia, que parecia fora da briga em razão das raras oportunidades que tem tido em Rimini (ITA), entrou bem contra as coreanas. Não só ajudou a seleção tecnicamente, como também emocionalmente. Diante da apatia da equipe, levantou as companheiras com suas comemorações efusivas. Na disputa com as holandesas, também deixou sua marca.

 

Mayany, com menos chances ainda de mostrar o seu trabalho, deve começar a pensar no ciclo de Paris-2024. A jovem, que surgiu no Itambé/Minas e defendeu o Osasco São Cristóvão Saúde na última Superliga, tem tudo para ser o grande nome do País até lá.

 

Bia teve mais chances de jogar nas últimas rodadas da VNL (Divulgação/FIVB)

 

 

Se Zé Roberto dá sinais de que Carol e Gattaz fazem parte do grupo olímpico, e Bia tem sido cada vez mais testada, Adenízia estaria fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio? Para Pedro Moska, técnico do Azulim/Gabarito/Uberlândia, a resposta é “não”.

 

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O tricampeão olímpico pode usar a mesma estratégia de duas edições olímpicas, Rio-2016 e Pequim-2008, quando convocou quatro centrais. Seria uma solução de segurança em uma posição que se mostrou a mais problemática da seleção feminina até aqui.

 

“O Zé Roberto já levou quatro centrais (para a Olimpíada). Podem ser Bia e Adenízia, porque a Mayany está participando pouco dos jogos. Na Rio-2016, ele tinha a Natália, que poderia fazer as duas (posições). A Gabi, Jaque e Garay não faziam a posição de oposta. Com a Sheilla e Natália em quadra, não tinha como fazer (as mexidas). Nesta temporada, ele tem mais opções de mexidas, porque Natália, Tandara e Rosamaria fazem as duas (posições). Ele pode levar cinco extremidades e quatro centrais. Se o Zé já fez isso duas vezes, pode fazer agora também, por que não?”, apontou Moska durante o programa 62 do “Golden Set”.

 

 

Em Pequim-2008, o Brasil foi com Fabiana, Walewska, Thaisa e Valeskinha. Esta era a “coringa”, jogava tanto no meio quanto na entrada. Já na Rio-2016 a seleção jogou no Maracanãzinho com Fabiana, Thaisa, Juciely e Adenízia. Thaisa, à época, não estava 100% fisicamente. Caso o tricampeão olímpico opte pela convocação convencional, com três centrais, Moska acredita que Bia se junte a Carol e Gattaz em Tóquio-2020.

 

“A Bia está fazendo as duas redes nesta VNL. Isso é um indício muito forte de que ele já pensa na Bia como terceira (central). O Zé, historicamente falando, tem as preferências dele, e o Zé gosta da Bia”, lembrou o técnico do Uberlândia.

 

Do quinteto de meios que disputa a Liga das Nações, apenas Adenízia tem experiência olímpica. A jogadora do Sesi Vôlei Bauru esteve em Londres-2012, quando se sagrou campeã, e na Rio-2016. Porém, em ambas, sempre na posição de reserva.

 

 

Golden Set #63 – Análise de Brasil x Holanda

Vanessa Kiyan é jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Tem mais de dez anos de experiência na cobertura de voleibol de quadra.

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